Housi se torna “market place” de aluguel de moradias

A Housi está expandindo suas atividades. A empresa nasceu como plataforma digital de locação de unidades residenciais da Vitacon . “Estamos deixando de ser uma bandeira de operação residencial para nos tornarmos um ‘market place’ de moradias por assinatura”, diz Alexandre Frankel, fundador da Housi. A empresa tem como meta ampliar o total de ativos de três a cinco vezes”, acrescenta o empresário.

Nesta nova fase, a Housi abriga, em sua plataforma, operadores de unidades residenciais, de hotéis e flats de todo o país. O inquilino define por quanto tempo pretende fazer a assinatura da moradia – não há exigência de um prazo mínimo, e as ofertas vão do segmento econômico ao alto padrão. É possível, dentro de uma mesma assinatura, o cliente migrar para imóvel maior ou menor, de unidade mais cara para mais barata ou até mesmo de cidade.

“A pessoa escolhe onde é mais interessante morar em cada momento da sua vida”, diz Frankel. O pagamento é feito, antecipadamente, a cada mês, por cartão de crédito. O processo de locação tem, segundo o empresário, a mesma simplicidade digital de quando um usuário chama um Uber.

Antes da pandemia de covid-19, a Housi tinha atuação em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com a forte queda do turismo de negócios, a demanda corporativa por locação despencou. A empresa fechou, então, parceria com incorporadoras de todo o país, entre elas a pernambucana Moura Dubeux, para fazer a gestão de imóveis adquiridos por investidores com a finalidade de obtenção de renda por meio do aluguel. Com isso, ampliou sua presença para 40 cidades no ano passado. Para 2021, a intenção é chegar a 120 cidades com população a partir de 300 mil habitantes.

“Diante das incertezas e inseguranças, muitas pessoas não querem contratos de financiamento imobiliário por 30 anos ou de aluguel por 30 meses”, diz Frankel. A não existência de um prazo mínimo de locação dos imóveis que fazem parte da plataforma estimulou a demanda, segundo o empresário. Atualmente, a Housi tem mais de 1 milhão de acessos de usuários únicos. “Em breve, haverá mais de 20 mil imóveis contratados”, diz.

Nas parcerias com incorporadoras, a Housi participa desde a definição dos projetos. O levantamento feito pela plataforma em relação a hábitos dos clientes que buscam moradias, em cada região, possibilita ajustar a oferta à demanda, segundo Frankel. “Isso permite mais assertividade da venda e velocidade de comercialização maior”, afirma.

Considerando todos os lançamentos dos quais a Housi participará, neste ano, é como se a plataforma fosse, de acordo com o empresário, a maior incorporadora do Brasil, só que sem terrenos ou empreendimentos.

No entendimento do fundador, a compra de imóveis para investimento deve superar a aquisição por consumidores finais em 2021. Segundo Frankel, a parceria da Housi com 50 incorporadoras contribuiu para a venda de imóveis em 37 países no ano passado.

Nos imóveis integrantes da parceria com incorporadora vendidos para investidores, a Housi cuida da montagem das unidades e da contratação de pacotes de serviços, como internet e TV por assinatura. O cliente faz a opção pelos serviços dos quais pretende usufruir, entre eles, carro compartilhado, e paga conforme o plano escolhido.

Imóveis usados também são oferecidos para locação.

A Housi foi uma das empresas que tentaram abrir capital em 2020, mas não teve sua oferta inicial de ações (IPO) concluída. Na avaliação de Frankel, após a mudança do perfil da plataforma, aportes privados de capital parecem fazer mais sentido para acelerar a expansão da Housi do que captações públicas. “No momento, há algumas conversas com capital privado para aceleração do crescimento”, disse o empresário, sem informar detalhes. O fundo Redpoint eventures tem 15% de participação na empresa.

Valor Econômico

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