IGP-M atinge 32% em 12 meses, e Aneel manda trocar índice pelo IPCA nas contas de luz em atraso

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a inflação do aluguel, subiu 1,51% em relação a março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. O resultado mostra que o indicador desacelerou frente ao mês anterior, quando registrou alta de 2,94%, mas avançou em 12 meses com alta acumulada de 32,02%.

Antes mesmo da divulgação desta quinta-feira, devido a disparada do IGP-M em 12 meses, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que, a partir de junho, os clientes que pagarem contas de luz com atraso terão o valor do débito corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e não mais pelo IGP-M.

O movimento de troca do IGP-M por outro indicador que sirva de indexador para reajustes contratuais já tem sido realizado por empresas de diversos setores. Desde janeiro, imobiliárias já adotavam alternativas como descontos ou substituição do indexador de correção monetária pelo IPCA.

Com o resultado, o índice acumula alta de 9,89% no ano. Em abril de 2020, o IGP-M  havia subido 0,80% e acumulava alta de 6,68% em 12 meses.

André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, explica que todos os índices componentes do IGP-M recuaram em abril, mas alerta para aceleração do indicador nos 12 meses:

— A desaceleração da taxa de variação dos combustíveis orientou o recuo da inflação ao produtor e ao consumidor. Apesar disso, a variação do IGP-M avançou mais em 12 meses, tendência que deve continuar até o próximo mês, dado que o IGP-M havia subido apenas 0,28% em maio de 2020 — explicou Braz, na divulgação do material.

Entre os três índices que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% no índice, subiu 1,84% em abril frente 3,56% em março.

Menor pressão dos combustíveis

A pressão menor de custos ao produtor no mês pôde ser percebida em todos os grupos do IPA. O grupo Bens Finais variou 1,11% em abril ante 2,50% em março. A principal contribuição veio do subgrupo combustíveis para consumo, que saiu de alta de 18,64% em março para queda de 1,08% no mesmo período.

O subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção também desacelerou, passando de 18,33% para 5,08%, o que fez com que Bens Intermediários contraísse de 6,33% em março para 3,16% em abril.

No campo das matérias-primas Brutas, minério de ferro, café em grão e suínos recuaram para o terreno negativo. As maiores pressões vieram dos preços do milho (8,70%) e bovinos (3,09%).

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no indicador, variou 0,44% em abril contra 0,98% no mês passado. A principal contribuição para a desaceleração veio do grupo Transportes, com destaque para a gasolina, que passou de 11,33% em março para 3,03% em abril.

O índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% no IGP-M, subiu 0,95% em abril ante 2% em março.

O Globo


De brinquedoteca a área gourmet, lazer ganha mais espaço nas residências

Espaço gourmet em cobertura, na Tijuca Foto: Divulgação/Mizani Arquitetura
Espaço gourmet em cobertura, na Tijuca Foto: Divulgação/Mizani Arquitetura

A residência era mero dormitório para muitas famílias. Mas, de repente, a casa precisou se transformar em escritório, sala de aula e área de lazer. O improviso foi a decisão inicial para acomodar as muitas demandas que a pandemia de Covid-19 jogou sobre os lares. Com o passar do tempo, no entanto, era preciso solucionar os problemas de espaço e funcionalidade. Para dar um basta no jeitinho, só mesmo um profissional capacitado para colocar ordem na bagunça. Não por acaso, a arquiteta Camilla Mizani desconhece o que é crise de um ano para cá. Trabalho é o que não falta para a moradora de Pilares, que tem criado ambientes como home office, espaço gourmet e brinquedoteca para apartamentos.

— Como as famílias estão vivendo intensamente a rotina do lar, é preciso que a casa se torne aconchegante e funcional. Quem não tem um quarto para servir de home office, por exemplo, me pede que eu adapte um espaço para o trabalho, seja no quarto ou na sala. Uma dica: a escolha da melhor localização para este tipo de ambiente é onde o profissional consiga trabalhar com privacidade. Já fiz home office até em varanda — diz.

A área externa dos apartamentos tanto pode servir ao exercício de um ofício quanto aos momentos de relaxamento e lazer. É o que Camilla explica:

Home office criado em espaço que não era utilizado Foto: Divulgação/Mizani Arquitetura
Home office criado em espaço que não era utilizado Foto: Divulgação/Mizani Arquitetura

— Muitas varandas ganharam um espaço gourmet com bancadas para churrasqueira elétrica, adega, cervejeira… As pessoas buscam a sensação de que estão fora de casa, em um restaurante, então investem numa repaginada neste lugar, o que acaba dando uma certa ideia de liberdade aos moradores.

As coberturas, muitas vezes pouco utilizadas, tornaram-se queridinhas e, consequentemente, ganharam melhorias significativas.

— Quem não se importava em ter uma piscina porque estava sempre indo à praia ou viajando, mandou instalar esta opção de lazer para todos. Muita gente não tinha churrasqueira e agora tem. Algumas famílias construíram um verdadeiro playground na cobertura ou no terraço, para as crianças. A casa virou o grande foco da vida das pessoas — observa a arquiteta, que disponibiliza para contato o perfil @mizaniarquitetura, no Instagram.

Pela experiência da profissional de arquitetura, as pessoas nem estão precisando contrair dívidas para investir no conforto do lar.

— Como elas estão cozinhando mais em casa, não vão a shows e eventos nem viajam, sobra algum dinheiro, que está sendo todo revertido para o ganho de conforto. Não posso reclamar, estou trabalhando mais desde que a pandemia começou. Na minha empresa, éramos só eu e mais uma pessoa. Agora somos seis para dar conta do volume de pedidos de projetos. O nosso único problema é o aumento dos preços do material de construção e dos itens de decoração — pontua.

Em meio à pandemia, Camilla teve a ideia de oferecer um serviço diferenciado para os clientes que buscam fazer pequenas alterações em casa.

— Criei o décor express especialmente para intervenções menores, como montar um quarto de bebê, colocar uma bancada para home office… O express é para pequenas adaptações. Em dez ou 15 dias, entrego este tipo de projeto para o cliente. Quando é algo maior, preciso de pelo menos 20. A minha empresa atende a todo tipo de demanda, mas eu sou especialista em soluções para apartamentos pequenos, de até 60 metros quadrados. Faço o milagre da multiplicação dos espaços — brinca.

O Globo


Esgoto: Estado do Rio tem quatro das dez cidades do país com pior tratamento

Às vésperas do leilão da Cedae, embates políticos e judiciais pelo futuro da companhia levantam questões sobre os serviços prestados pela companhia à população do Rio. O último ranking do saneamento básico, produzido pelo Trata Brasil, não deixa dúvidas sobre o tanto que os serviços de água e esgoto precisam melhorar. O Estado do Rio caiu para o 43º lugar na avaliação da situação do setor entre os cem maiores municípios do país.  E, entre as dez cidades com os piores indicadores, estão quatro fluminenses: Belford Roxo, Duque de Caxias,  São Gonçalo, todas atendidas atualmente pela Cedae, e São João de Meriti.

Lançados em março deste ano, os dados são referentes ao ano de 2019. De acordo com o relatório, junto a outras seis cidades do Norte, o Rio foi o único estado do Sudeste que ficou nos últimos dez lugares do ranking. Na capital, o cenário também não é dos melhores. Cerca de 34% do total de esgoto gerado pela população carioca ficam sem tratamento.

O biólogo Mário Moscatelli, que há anos fiscaliza a poluição da Baía de Guanabara, observa que municípios como São Gonçalo devem usar os 3% a que terão direito da outorga para melhorar as condições de vida da população, que também contribuíram para a ocupação desordenada que ameaça o meio ambiente.

— Não é possível que uma metrópole no século XXI ainda viva com problema de saneamento. Todo o entorno da Baía de Guanabara é esgoto puro. Os principais cartões-postais do Rio foram transformados em cartões-fecais — critica.

É preciso “oxigenar”

De acordo com o pesquisador Igor Lopes, da Fundação Getulio Vargas, oxigenar o setor de saneamento ao trazer a iniciativa privada se faz necessário:

— A concessão entra para melhorar a eficiência, gerar emprego e universalizar o saneamento pelo estado. Se empresas públicas funcionam de maneira adequada, elas devem continuar. Mas, no caso da Cedae, é fazer uma mudança em algo que não está dando certo. Do jeito que está, não dá.

A disputa pela concessão da Cedae vai reunir grandes grupos econômicos do país, fundos de investimentos internacionais e até a estatal paulista Sabesp, controlada pelo governo de São Paulo. Segundo fontes do GLOBO, a Sabesp integra o consórcio liderado pela Iguá Saneamento, interessado nos lotes 1 e 2. A Iguá é controlada por um fundo de investimentos (63,48%) e tem entre os sócios o Bndespar (10,89%), fundo de investimentos do BNDES, que fez a modelagem da concessão. A Iguá tem 18 contratos de saneamento no país, sendo quatro parcerias público-privadas.

Estação de tratamento de água e esgoto da Cedae Foto: Brenno Carvalho / Agencia O Globo
Estação de tratamento de água e esgoto da Cedae Foto: Brenno Carvalho / Agencia O Globo

O consórcio Egea (que disputa os lotes 1, 2, 3 e 4) é liderado por uma empresa fundada em 2010 e tem contratos de concessão de água e esgoto em 126 municípios, onde vivem 11,2 milhões de pessoas. Com 47 empresas, o grupo atende a cidades como Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia (RJ). O controle acionário é da Equipav (70,72% das ações), fundada nos anos 60, que tem mais dois acionistas: o Fundo Soberano de Cingapura (19,08%) e o grupo Itaú (Itaú/SA), que, na terça-feira, aportou R$ 1,3 bilhão para obter 10,20% de participação na empresa.

O Consórcio Redentor (que concorre aos lotes 1, 2 e 4) tem à frente o Grupo Equatorial (Squadra Investimentos, com 9,84%; Opportunity, 9,66%; e o fundo americano Black Rock, 5,67%; entre outros). O grupo faz a gestão de empresas de energia no Maranhão, no Pará, no Piauí e em Alagoas. E tem participações em companhias de distribuição e termoelétricas. Com representação no Brasil, o Black Rock cuida de ativos de mais de US$ 20 bilhões em todo o mundo.

O Consórcio Rio Mais Saneamento (que se candidatou aos lotes 1, 2 e 4) tem entre os participantes a BRK Ambiental, que opera concessões e PPPs em mais de cem cidades. O controle acionário é do canadense Brookfield Business Partners LP (70%). Segundo fontes, a BRK participa da concorrência ao lado do Grupo Águas do Brasil, que opera em Niterói e na Zona Oeste.

O Globo

Construção civil reduz ritmo de contratações em março

A construção civil que, nos primeiros dois meses do ano criou mais de 44 mil novas vagas mensais, reduziu esse patamar para 25.020 em março. Ou seja, o setor reduziu o ritmo de suas contratações e aumentou o ritmo de demissões.

Os dados são do Novo Caged, divulgados nesta quarta-feira (28) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.

O resultado é justificado pela redução do nível de atividades. “Esse é mais um reflexo do estrago que está sendo feito pelo desabastecimento e aumento expressivo nos preços dos insumos”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Em março, o número de admissões na construção foi 161.072 (o menor número do ano).  Já as demissões totalizaram 136.052 trabalhadores, o maior número do ano.

Agência CBIC

Construção: no meio do caminho tinha uma pedra

Responsável por cinco a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a construção civil foi o setor que mais gerou empregos formais no ano passado – 106 mil. Considerando toda a cadeia produtiva da construção, o setor representa 10% de tudo o que economia brasileira produz. Em 2014, quando se verificou o pico recente do setor, chegou a 11,5%.

A participação da cadeia da construção no PIB só é menor que a da agroindústria. Outro dado relevante é a fatia do setor na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), isto é, na taxa de investimento da economia em bens de capital (máquinas e equipamentos) e construção: 50%, segundo a média histórica.

O setor de construção, como se sabe, é o que mais gera empregos no país: 12,5 milhões no total. Seu efeito multiplicador na economia é formidável. Estima-se que cada R$ 1,00 investido na construção civil gere R$ 1,88 na atividade. Para cada 10 empregos diretos gerados no setor, são gerados outros cinco indiretos. Embora seja um setor pouco importador de materiais e serviços, é exportador de bens e serviços.

A cadeia da construção compreende quatro áreas. Na primeira, estão as construtoras, incorporadoras e prestadoras de serviços auxiliares de construção, responsáveis por realizar obras de edificação e infraestrutura. Na segunda, estão as indústrias que produzem materiais de construção, máquinas e equipamentos.

Na terceira parte da cadeia, está o comércio varejista e atacadista. Por fim, há as atividades de prestação de serviços, tais como serviços técnico-profissionais, financeiros e de seguros.

Abrindo-se a participação de cada segmento, temos aproximadamente o seguinte: a construção responde por 61% do setor, seguida pela indústria de materiais (11,4%), o comércio de materiais (9%), os serviços (5%), o segmento de máquinas e equipamentos (0,6%) e por outros fornecedores (13,1%). Em termos de fatia do PIB, a construção lidera com 6,4%, seguida de materiais de construção (2,8% do PIB), serviços (0,7%), máquinas e equipamentos (0,2%) e outros materiais (0,1%).

Há uma forte correlação positiva entre a variação do PIB brasileiro e o setor de construção. A história mostra que, quando o PIB sobe, o PIB da construção cresce acima de sua variação; quando o primeiro cai, o do setor cai abaixo da queda da economia.

Depois de atingir o pico em 2014, primeiro ano da grande recessão brasileira (2014-2016), que nos subtraiu mais de 7% do PIB e desorganizou a economia de tal maneira que, até hoje, não houve efetivamente recuperação digna desse nome, o setor da construção amargou longo e penoso declínio. No fim do ano passado, estava 36,18% abaixo do pico.

Mas, foi em 2020, o primeiro ano da pandemia _ nenhum cidadão imaginou que, na Ilha de Vera Cruz, não teríamos vacina após 14 meses de tragédia _, que o setor começou a reagir graças a dois fatos inusitados: brasileiros de praticamente todas as classes sociais aproveitaram a economia forçada de dinheiro, provocada pelo isolamento social, para fazer reformas e também para construir e o fato de a taxa de juros dos financiamentos imobiliários está nos menores níveis da história.

Números da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que, no quarto trimestre de 2020, os lançamentos de novas unidades avançaram 33,2% em relação ao trimestre anterior, enquanto as vendas aumentaram 3,9%. Quando comparado ao quarto trimestre de 2019, lançamentos e oferta final caíram, mas isso não é necessariamente ruim.

“O mercado imobiliário vendeu mais 10 % em 2020, comparado com 2019; os lancamentos reduziram 13 %, logo, precisaremos construir o que foi vendido e repor o estoque, portanto, 2021 seria um ano para trabalhar à vontade”, explica Luiz Carlos Martins, presidente da CBIC. “No caso de obra pública, os governos estaduais estão com dinheiro, estão contratando e pagando em dia.”

O bom desempenho gerou confiança no setor, como demonstra o gráfico. Índice acima de 50 pontos mostra expectativa dos participantes do mercado de crescimento nos próximos meses. Mas, já começou a cair e a razão é uma só: a explosão dos preços dos insumos. Até as pedrinhas da rua sabem que o custo de insumos cresceu uma barbaridade porque tanto a sua produção doméstica quanto a internacional recuaram no início da pandemia.

Olhando a situação mais de perto, porém, o que se vê é muito feio: aprveitando-se de seu poder de mercado, isto é, do grau de concentração e das barreiras que Brasília impõe a concorrentes estrangeiros, várias indústrias, a siderúrgica e a de resinas à frente, estão tirando proveito do momento para elevar suas margens de lucro. O problema é que a prática asfixia o setor e o inviabiliza.

Valor Econômico, por Cristiano Romero, editor-executivo

You capta para financiar 2022

A incorporadora You captou R$ 90 milhões para financiar a compra de terrenos para lançamentos a serem feitos em 2022 e para pagamento de algumas dívidas antigas. Segundo o fundador da incorporadora, Abrão Muszkat, os recursos para financiar os lançamentos previstos de R$ 1,1 bilhão para este ano já estão assegurados.

A captação foi feita por certificado de recebíveis imobiliários (CRIs). Conforme o empresário, a demanda pelos papéis chegou a R$ 280 milhões por parte de bancos de investimentos e gestoras de ativos. Foram emitidas duas séries de CRIs, uma com prazo de quatro anos e a outra, de cinco anos.

A You dará início, em maio, à apresentação dos projetos de 2021. A companhia vai lançar R$ 220 milhões, até junho, e a maioria dos projetos na segunda metade do ano. No primeiro trimestre, as vendas somaram R$ 167 milhões. A expectativa de Muszkat é que o ritmo de comercialização cresça à medida que os lançamentos forem realizados.

A demanda por imóveis continuará a ser estimulada, ressalta o fundador da You, por juros baixos. Segundo ele, mesmo com a alta recente da Selic, os bancos não elevaram as taxas de crédito imobiliário cobradas de compradores de imóveis e das incorporadoras.

Valor Econômico

QuintoAndar lança ferramenta que calcula retorno de imóvel para investidor

A queda na taxa básica de juro moveu duas peças importantes no mercado imobiliário. Ao mesmo tempo que diminuiu o custo do financiamento de imóveis, a Selic menor também reduziu o retorno de aplicações conservadoras, o que levou muitos investidores a pensar em alternativas.

Embora a Selic esteja em trajetória de alta, o cenário ainda não mudou tanto. Mesmo que a taxa básica alcance a casa dos 5%, até o final do ano, como preveem os economistas, a atratividade da renda fixa continuará baixa.

De olho no potencial número de novos investidores, o QuintoAndar lançou uma nova solução para quem compra imóveis em busca de retorno com aluguéis. A partir desta semana, a plataforma mostrará um cálculo de retorno mensal (em percentual) dos imóveis anunciados para venda. Será possível saber, também, se aquele imóvel já está ocupado por um inquilino.

“Por sermos a maior plataforma de locação do mercado, possuímos dados de muita qualidade sobre o preço dos aluguéis. O mercado tradicional ainda é muito fragmentado, então esse tipo de informação fica disperso”, disse Arthur Malcon, head de compra e venda do QuintoAndar, em entrevista à Exame Invest.

Anúncios de imóveis no QuintoAndar mostram, agora, a rentabilidade potencial com aluguel (Reprodução/Reprodução)

O cálculo da rentabilidade mensal ajudará o investidor a comparar diferentes imóveis e até diferentes aplicações financeiras. Na equação são considerados diversos fatores, como o histórico de ocupação do imóvel, o número de dormitórios e de vagas de garagem, a localização e as condições de conservação do ambiente.

Além disso, é possível, por exemplo, aplicar um filtro para encontrar somente imóveis que já têm um inquilino — ou seja, cuja geração de receita e retorno com aluguel já é real.

Como o cálculo é feito?

Para chegar a um valor de aluguel, a plataforma considera diferentes métricas. São dezenas de dados, segundo o QuintoAndar, que levam em conta, por exemplo, a atratividade do imóvel frente a outros similares naquela região.

“Existem cidades brasileiras que não têm bons estoques de imóveis para locação. Mesmo em São Paulo, onde a oferta é maior, quando um bom imóvel chega à plataforma ele é alugado muito rapidamente”, explica Malcon, do QuintoAndar.

Ele diz que o incentivo da venda para investidores pode melhorar a qualidade do estoque dos imóveis, à medida que o dinheiro empregado pode ser usado para fazer melhorias nos ambientes antes da locação.

“No fim, o investidor pode reformar o imóvel e colocar para alugar na plataforma por um preço superior”, explica o head da empresa.

Ao cumprir a transição entre venda e locação, seus dois braços fortes de negócio, o QuintoAndar amplia a cartela de clientes e de ativos disponíveis na plataforma.

Exame Notícias

Crédito imobiliário do SBPE avança 112,8% no primeiro trimestre

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 18,35 bilhões em março de 2021, maior volume nominal mensal registrado na série histórica iniciada em 1994. O montante foi 47,4% superior ao registrado em fevereiro e, comparado com março do ano passado (R$ 6,73 bilhões), observou-se crescimento de 172,7%.

No primeiro trimestre de 2021, o montante financiado somou R$ 43,09 bilhões, alta de 112,8% em relação a igual período do ano passado.

No acumulado de 12 meses, entre abril de 2020 e março de 2021, o montante financiado somou R$ 146,81 bilhões, alta de 76,1% em relação ao período anterior.

Financiamentos Imobiliários – Unidades

Foram financiados em fevereiro de 2021, nas modalidades de aquisição e construção, 81,9 mil imóveis, resultado 61,8% maior que o de fevereiro. Comparado a março de 2020, observou-se alta de 219,4%, mas neste caso não se pode ignorar os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus.
Nos primeiros três meses de 2021 foram financiados, com recursos da poupança do SBPE, 187,6 mil imóveis, resultado 137,3% superior ao do primeiro trimestre de 2020.

E em 12 meses, entre abril de 2020 e março de 2021, foram financiados com recursos da poupança 535,3 mil imóveis, resultado 70,8% superior ao do período precedente (313,4 mil unidades).

Poupança SBPE: Captação Líquida

A captação líquida da poupança SBPE encerrou março em -R$ 4,85 bilhões, terceiro resultado negativo do ano. Sazonalmente, março tende a ser um período inexpressivo em termos de desempenho da poupança. Na séria histórica iniciada em 1995, observa-se que em 59% dos meses de março a captação líquida foi negativa, além disso em 15% desses meses, não superou a tênue marca de R$ 1 bilhão.
Contudo, não se deve ignorar o impacto do recrudescimento da pandemia. Medidas mais rígidas de distanciamento social e seus efeitos no emprego e renda podem ter afetado o comportamento dos depósitos de poupança em março.
Outros fatores a serem levados em conta são a diminuição do valor do auxílio emergencial em 2021 e a quantidade de pessoas elegíveis ao benefício.

Com isso, o saldo da poupança SBPE encerrou março em R$ 778,8 bilhões, recuando 0,5% no mês. Em termos anuais, houve crescimento de 18,1% em relação a março do ano passado.

Radar Imobiliário

Brasil abre 184 mil vagas de trabalho com carteira assinada em março, diz Caged

O mercado de trabalho brasileiro registrou em março a abertura de 184.140 vagas com carteira assinada. Com isso, o saldo de contratações no acumulado do ano ficou positivo em 837.074 postos.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados há pouco pelo Ministério da Economia.

No mês passado, foram registradas 1.608.007 admissões ante 1.423.867 desligamentos. No mesmo mês do ano passado, haviam sido fechadas 207.401 vagas. Em 2020, o Caged passou por mudanças metodológicas e especialistas têm alertado que é preciso cuidado ao comparar os dados atuais com os da série histórica anterior, que vai até 2019.

No acumulado do ano, foram 4.940.568 contratações e 4.103.494 desligamentos.

Valor Investe