Com crise hídrica e luz cara, prédios buscam opções

Com a tarifa de luz cada vez mais alta, condomínios cariocas têm buscado soluções para diminuir o valor pago pelo uso de energia elétrica, de olho em qualquer economia no orçamento. O mais recente aumento foi anunciado em agosto, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou uma nova bandeira tarifária, chamada bandeira tarifária “escassez hídrica”. O valor da taxa extra é de R$ 14,20 pelo consumo de 100 kWh. Antes, eram R$ 9,492. Diante desses números, a instalação de placas fotovoltaicas vem sendo considerada uma aposta certeira e que, geralmente, conta com a aprovação dos condôminos.

Graças a esse cenário, uma das alternativas encontradas pela Estasa, administradora que atende a mais de 600 condomínios, tem sido incentivar a busca por energia mais barata. O presidente da administradora, Luiz Barreto, diz que, antes de apresentar a ideia, ele mesmo testou sua eficácia.

—Já utilizamos aqui na nossa matriz, no Flamengo, a energia derivada da Fazenda Solar, opção disponível para os empreendimentos que não contam com espaço físico suficiente para produzir a energia necessária com placas solares. A nossa despesa total com energia caiu 15%. Além da redução, conseguimos ajudar o meio ambiente com fontes renováveis — diz Barreto.

Já o condomínio Parque Jardim Europa, no Humaitá, que conta com 182 apartamentos, começou a usar as placas solares recentemente — elas foram instaladas entre agosto e setembro —, e no primeiro mês já percebeu uma grande redução. A energia resultante do novo sistema é utilizada apenas nas áreas comuns do prédio.

—Nossa conta de luz caiu de quase R$ 5 mil para R$ 1.700, uma economia de 66% — explica o conselheiro Arthur Costa da Silva.

 Barreto acrescenta que a administradora tem dado dicas, como substituição de lâmpadas e redução dos elevadores em determinados horários, que podem baixar a fatura de luz dos condomínios em até 20%. 

—São pequenos ajustes na rotina, que no início geram estranhamento mas em pouco tempo passam a ser normalizados, com um retorno que todo mundo vê no bolso — conclui.

O Condomínio Cores da Lapa, que conta com 700 apartamentos e mais de dois mil moradores, também optou pela utilização de energia solar para atender as áreas comuns do prédio. Eles estão finalizando a instalação de placas no terraço, que serão responsáveis por 70% da economia no gasto de luz. Os outros 30% estão sendo gerados em uma fazenda solar.

O síndico Paulo Badin explicou que o custo do investimento das placas vai ser diluído em dez anos. Esse valor mais a compra de energia de fazenda vão gerar uma fatura de R$ 35 mil reais por mês para o condomínio.

—Hoje a nossa fatura é, em média, de R$ 50 mil. Já vamos conseguir uma economia de 30% nos primeiros anos. Daqui a dez anos, quando todo o custo do investimento estiver pago, nosso gasto mensal fixo será ainda menor, de 20 mil reais.  Ou seja, com essa mudança, teremos uma economia de 60% na conta de luz — esclareceu.

O Globo

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