Empresas da construção civil investem em oficinas profissionalizantes para suprir falta de mão de obra

O reaquecimento do setor da construção civil no Brasil está enfrentando a limitação de mão de obra, e as empresas tiveram que se dedicar a formar trabalhadores.

O setor da construção civil voltou a funcionar a todo vapor, mas nessa retomada as empresas se viram diante de um problema sério: a falta de mão de obra qualificada. É por isso que muitas empresas estão investindo em oficinas profissionalizantes.

“É bom para empresa, porque aqui a gente vai construir carreiras de pessoas qualificadas dentro das áreas que hoje estão em falta dentro do mercado”, explica a psicóloga organizacional Nathália Teles.

Uma pesquisa do setor mostra que 77% das construtoras estão com dificuldades para contratar. Os profissionais mais difíceis de serem encontrados são: mestres de obras, carpinteiros, pedreiros e serralheiros. O servente Walysson, que trabalha na obra, usa o horário de folga para virar encanador.

“Aproveitar a oportunidade que a empresa está disponibilizando para gente e qualificar um pouco mais”, diz.

Em alguns canteiros, a aula é na prática. Ivan Magalhães de Lima, que tem 20 anos de experiência em carpintaria, é professor do Eloísio Gonçalves Ramos.

“Eu acho ótimo. É bom demais, gratificante demais você poder ensinar o que você sabe”, diz o carpinteiro.

“Já vou ganhar mais, já vou ajudar minha família e vou agradecer ao professor que me ensinou também e à empresa que me ajudou”, afirma o aprendiz de carpinteiro.

Numa obra em Goiânia, 30 funcionários estão sendo treinados em outras funções.

“A gente tendo um profissional do lado, um encarregado dando apoio para gente, dá para aprender e sair daqui, com certeza, um grande profissional”, diz o auxiliar de encanador Leandro Pereira de Souza.

“É um funcionário que tem a vontade, mas ele não tem a expertise da função na construção civil. E em função disso a gente adotou uma estratégia de formação das equipes dentro do canteiro, potencializando os talentos, os ajudantes”, explica Leonardo Menezes, coordenador de obra.

A falta de profissionais qualificados é um desafio para o setor que já cresceu quase 50% neste ano. Desde janeiro, as construtoras entregaram mais de 78 mil apartamentos em todo o país.

“O setor da construção civil tem a particularidade de ser um setor que puxa fortemente o PIB brasileiro para cima e emprega muito. Então, esse setor, quando a gente forma, recicla, ele rapidamente emprega, reduzindo o desemprego e ajudando o PIB brasileiro a crescer”, diz o presidente da Abrainc, Luiz França.

G1

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