Mercado do Rio prevê lançamentos em 2023 e retomada do Centro

As expectativas do mercado imobiliário carioca para este ano são positivas. Dirigentes de entidades do setor e diretores de incorporadoras avaliam que, sem os sobressaltos da política — que causaram certa paralisação no segundo semestre de 2022— e sem a pandemia, que tem ficado cada vez mais no passado, a perspectiva é de muitos lançamentos e consolidação de novos espaços para moradias, como o Centro da cidade.

Se tudo correr como o esperado, os próximos meses marcarão a retomada da “era de ouro” do mercado, no chamado “ciclo olímpico”, que movimentou a cidade com a realização de grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, a Copado Mundo e as Olimpíadas. Passada a agitação, o mercado praticamente parou, devido ao excesso de estoque. Em 2019, quando começou a se reerguer, vieram o coronavírus e a instabilidade da economia.

O presidente da Ademi-Rio, Marcos Saceanu, aposta que 2023 será um ano forte para o mercado carioca, com muitos lançamentos para todos os públicos. Na sua avaliação, a Zona Sul continuará se destacando, principalmente em função da escassez de oferta pela falta de terrenos disponíveis e da alta demanda.

— No cenário de recuperação econômica que todos desejamos, a Zona Norte vai aparecer como excelente opção de desenvolvimento de novos condomínios. O sucesso das vendas estará muito relacionado ao nível de crescimento do emprego no país. Vale também lembrar que o Centro da cidade, se tiver os incentivos devidos, pode ser um grande vetor de belos lançamentos ao longo do ano.

Na Mozak também sopram ventos de otimismo. Não sem motivos: o ano passado foi o de melhor desempenho de vendas da empresa em quase três décadas de história. Fechadas as contas, foram quase R$ 400 milhões de valor geral de vendas (VGV), com lançamentos na Zona Sul — o mais emblemático deles, o Parque Sustentável da Gávea, empreendimento campeão de vendas no Rio. Para a coordenadora de Marketing da construtora, Maria Carolina de Almeida, as perspectivas continuam “ótimas”.

— Faremos mais um lançamento em breve, em Ipanema, e mais quatro ou cinco até o final do ano, em bairros como Leblon e Jardim Botânico. A expectativa é alcançar um VGV de R$ 300 milhões a R$400 milhões. A Mozak trabalha com prédios menores do que os encontrados na Zona Sul, em geral,e tem dado muito certo. Há fila de espera para esse tipo de produto — relata.

ACOMODAÇÃO NATURAL

A Patrimar, uma gigante do mercado nacional que chegou há cerca de dois anos ao Rio de Janeiro, acredita que, passado o primeiro trimestre — quando haverá uma natural acomodação da economia do país —, o mercado imobiliário vai crescer e superar o desempenho do ano passado. A incorporadora terá dois lançamentos de alto padrão nos próximos meses, ambos na região da Barra da Tijuca, com VGV em torno de R$ 700 milhões.

O diretor Comercial e de Marketing do Grupo Patrimar, Lucas Couto, estima que o mercado imobiliário da capital fluminense foi o que mais sofreu nos últimos anos na comparação com outras metrópoles do país. Mas ressalta que o setor vem registrando bom desempenho no período posterior a 2021.

— Isso nos deixa muito confiantes nos resultados deste ano que se inicia. Os clientes que nos últimos anos buscavam imóveis maiores em função do isolamento social começam a retornar ao mercado agora e valorizam também as áreas de lazer e de bem-estar coletivas em condomínios que ofereçam essa sensação, sem abrir mão da segurança — informa Lucas Couto.

O Globo, caderno Morar Bem

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