Banco Central eleva projeção de PIB em 2023 de 1% para 1,2%

O Banco Central revisou sua projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 de 1% para 1,2%, informou a autoridade monetária no Relatório de Inflação (RI) trimestral de março, divulgado hoje.

Segundo o BC, a revisão moderada reflete, especialmente, surpresas positivas em alguns componentes do setor de serviços no quarto trimestre de 2022, o que deixa uma “herança estatística” ligeiramente maior para o setor em 2023 do que o anteriormente esperado −, melhora nos prognósticos para a indústria extrativa e os indicadores iniciais do primeiro bimestre do ano.

Em relação à trajetória trimestral esperada, o BC diz prever variações modestas ao longo do ano para indústria, serviços e consumo doméstico.

“A agropecuária, contudo, deve apresentar dinâmica distinta, com crescimento expressivo no primeiro trimestre, decorrente principalmente da expectativa de elevado aumento da produção de soja. Este comportamento esperado para a agropecuária deverá contribuir para a alta do PIB no primeiro trimestre e para desaceleração no trimestre seguinte”, afirma o relatório.

Os fatores de risco para sua projeção são internos e externos, de acordo com o BC. O cenário internacional, observa, desenvolveu-se favoravelmente desde o último RTI, diz, citando a flexibilização da política de combate à covid-19 na China, que suscita recuperação cíclica da demanda e diminui os riscos de interrupções na oferta; o inverno mais ameno na Europa, que reduziu a probabilidade de cenários extremos no fornecimento de energia; e a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Por outro lado, aponta, a persistência de pressões inflacionárias nos países centrais, os ajustes no setor imobiliário chinês e os recentes episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa são elementos de risco negativo para o crescimento global.

No âmbito doméstico, continua o BC, um risco negativo para a atividade econômica é uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.

“Os dados disponíveis até o momento sugerem que o processo de desaceleração do crédito às empresas, que ocorre sob influência dos impactos cumulativos da política monetária, foi afetado em magnitude limitada por eventos específicos relacionados a empresas de grande porte”, afirma a autoridade monetária.

Adicionalmente, diz, permanece incerteza em relação à trajetória da política fiscal. “A proposta de um novo arcabouço fiscal deve trazer maior clareza sobre a sustentabilidade da dívida pública, com repercussões sobre expectativas de inflação, prêmios de risco e, indiretamente, sobre a atividade econômica”, afirma.

Valor Investe

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