Secretário diz não ter dúvida de que não devem faltar recursos para honrar faixa 1 do MCMV

O secretário de Habitação do Ministério da Integração, Hailton Madureira, afirmou, na tarde de ontem, 24, que não devem faltar recursos para a Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida no ano que vem. Ele disse que o Orçamento de 2024, que o governo precisa enviar ao Congresso até o próximo dia 31, deve contemplar o programa com um volume suficiente de recursos, mas sem detalhar qual deve ser o orçamento.

“Eu não tenho dúvidas de que a gente terá recursos suficientes para honrar todas as contratações que a gente vai fazer”, disse Madureira, durante o Abecip Summit, promovido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira.

Neste ano, o orçamento para a Faixa 1 é de R$ 10 bilhões, sendo que a maior parte, ou R$ 8 bilhões, é para novas contratações, e o restante dos recursos é para concluir obras que estavam paradas.

Madureira afirmou que o governo tem a Faixa 1 do MCMV como prioridade, e que por isso deve destinar um volume relevante de recursos ao segmento, que historicamente foi afetado por cortes no orçamento. “O primeiro lançamento do governo Lula foi o MCMV, é prioridade.”

Bancos privados

O secretário de Habitação do Ministério da Integração disse que a pasta vê com bons olhos a possível entrada de bancos privados no financiamento à habitação popular, para ampliar um mercado que hoje é dominado pela Caixa Econômica Federal. “Acho que é muito saudável mais bancos privados entrarem nesse mercado”, comentou.

Segundo Madureira, o Ministério tem feito discussões neste sentido.

A vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, foi no mesmo sentido, e afirmou que também é importante discutir o uso de outras fontes de recursos para o financiamento à habitação popular, para liberar recursos do FGTS.

“Esse é um desafio importante, de criar novas instituições financeiras e de atrair novas captações. Podemos atrair fundos verdes para financiar o retrofit, e não utilizar o FGTS para isso? É uma discussão importante”, disse ela.

Portal Broadcast

Valor total de venda de imóveis cresce 8,7% nos 5 primeiros meses de 2023, aponta Abrainc​

O valor total das vendas de novos imóveis registrou uma alta de 8,7% no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2022. Os dados são do indicador Abrainc-Fipe – levantamento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) com informações de 20 empresas ligadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

O montante total das vendas em reais, nas quais incorporadoras pesquisadas estão envolvidas, foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho de empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que registrou um crescimento de 11% ante 4,1% dos novos imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP).

“À época, as vendas no MAP foram impactadas pela reclassificação de imóveis destinados originalmente ao MCMV, pois o aumento nos custos de construção nos últimos anos fez com que os empreendimentos que antes eram voltados para o MCMV fossem reenquadrados no segmento MAP. Em junho, o reajuste no teto do programa MCMV, que foi elevado para R$ 350 mil, acabou por corrigir essa distorção. Já o valor total dos lançamentos cresceu 6,7%. Neste quesito, o MAP registrou uma retração de 34,5% no valor total dos lançamentos de novos empreendimentos durante o período analisado”, diz a associação, em nota.

Segundo a Abrainc, os dados apontam que o MAP enfrenta desafios devido às altas taxas de juros, que prejudicam o crescimento das empresas e o acesso aos financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos), pois os juros impactam os financiamentos com o aumento nos custos dos empréstimos, “criando obstáculos significativos”. Uma solução proposta, de acordo com a pesquisa, é aumentar de 65% para 70% o direcionamento dos recursos da caderneta de poupança para o crédito imobiliário. “Isso poderia tornar os financiamentos mais acessíveis, estimulando o segmento MAP e viabilizando projetos”, diz.

“No entanto, em um contraponto, o MCMV seguiu uma trajetória inversa, com um aumento considerável de 63,8% no valor total nos lançamentos. Esse movimento pode ser interpretado como uma resposta a implantação do Novo MCMV, que facilitou o acesso a moradia as famílias de baixa renda e viabilizou o lançamento de uma série de novos empreendimentos direcionados à população de baixa renda. Esses vão ajudar não somente gerar emprego como ajudar a reduzir o déficit habitacional atual, que é estimado em 7,8 milhões de moradias”, pondera a Abrainc.

Na avaliação do presidente da associação, Luiz França, os dados demonstram uma resiliência notável do mercado imobiliário brasileiro, que mesmo em um período de juros altos e desafios econômicos e sociais, manteve uma dinâmica positiva. “Com a economia brasileira ganhando gradualmente força após períodos de instabilidade, o mercado imobiliário navega por águas promissoras. A perspectiva de taxas de juros mais baixas, aliadas a programas governamentais como o Minha Casa Minha Vida devem continuar incentivando os investimentos em habitação”, finaliza o executivo.

Pequenas Empresas, Grandes Negócios

Governo apresenta proposta de mercado regulado de carbono

O governo apresentou sua versão do projeto de lei que institui no país um mercado regulado de carbono para impor limites compulsórios de emissões de gases de efeito estufa para setores e empresas.

Depois de pelo menos cinco PLs e mais de três anos de idas e vindas, a expectativa é que a legislação seja finalmente aprovada, como um componente do chamado Plano de Transição Ecológica.

O projeto prevê a criação de um sistema conhecido como cap-and-trade, semelhante ao que vigora na União Europeia desde 2005. Os ativos de carbono são definidos como ativos mobiliários – sob o guarda-chuva da CVM – o que permite a criação de novos produtos financeiros.

Os direitos de populações indígenas e tradicionais, muitas vezes afetadas por projetos de geração de créditos de carbono do mercado voluntário, também estão contemplados no texto.

“Achei um texto muito bom do ponto de vista técnico. É a melhor versão das que já vimos até agora”, diz Caroline Dihl Prolo, advogada especializada em clima e colunista do Reset.

“São mais pontos positivos que negativos. E muito importante: não tentaram reinventar a roda. O texto se inspirou nas experiências de outras jurisdições.”

O funcionamento do mercado regulado

O ponto central do projeto, apresentado como substitutivo do PL-412 e relatado pela senadora Leila Barros (PDT-DF), é o mecanismo do mercado regulado de carbono e sua governança.

O órgão regulador – batizado de Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, ou SBCE – fica responsável por determinar os setores da economia sujeitos a tetos de emissões e por conceder (ou vender em leilões) permissões de emissão às empresas.

Cada uma dessas autorizações de emissão, chamadas de Cotas Brasileiras de Emissões (CBE), equivale a uma tonelada de CO2 ou o equivalente em outros gases de efeito estufa.

Se a companhia emitir mais que as CBEs que tem em mãos, precisa ir ao mercado adquirir Certificados de Redução ou Remoções Verificadas de Emissões para fechar a conta.

A empresa que emitir menos do que tinha direito – ou seja, tiver uma sobra de CBEs – pode vender o excedente para outra que esteja com saldo negativo.

Os primeiros alvos dos mercados regulados usualmente são as indústrias mais poluentes, tais como siderurgia, cimento e petroquímica. Mas o PL ainda não definiu setores, algo que ficará para a fase de regulamentação da lei.

“Parece algo deixado de fora propositadamente, pois ainda haverá muito debate sobre isso”, diz Renata Amaral, sócia do escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe e especialista em meio ambiente.

Ela menciona o agronegócio. De um lado existe pressão para que as emissões do campo sejam limitadas; de outro, há uma resistência enorme tanto dos produtores quanto da bancada que representa esse interesse no Congresso, argumentando que o setor não é regulado em lugar nenhum do mundo.

Mas há uma referência no texto do PL a dois patamares numéricos de emissões (em milhares de toneladas de CO2 equivalente emitidas anualmente, ou tCOe).

Quem passar do primeiro deles – 10 mil tCO2e – teria a obrigação de apenas prestar contas. Já o segundo – 25 mil tCO2e – implica imposição de limites, dependendo de condições como setor de atuação, tamanho da empresa e assim por diante.

“Esse segundo threshold está em linha com o do mercado europeu, então parece fazer sentido se olharmos para a experiência internacional”, diz Amaral.

Uma potencial diferença do modelo brasileiro em relação a outros mercados regulados é a possibilidade de uso de créditos de carbono do mercado voluntário nessa conciliação. Mas isso ainda não está totalmente claro.

O texto afirma que créditos de desmatamento evitado, de longe os mais comuns no país hoje, podem ser utilizados desde que suas metodologias sejam credenciadas pelo órgão regulador. 

O projeto menciona que devem ser observados “os limites estabelecidos no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e as diretrizes da Comissão Nacional para REDD+ (CONAREDD).”

Prolo afirma que esta redação não permite afirmar com segurança se os projetos realizados principalmente na Amazônia poderão ser comercializados no SBCE.

A governança

O mercado regulado proposto pelo projeto de lei conta com três instâncias de governança.

A primeira é o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, responsável pela definição das diretrizes gerais e pela adequação das metas de redução aos compromissos assumidos pelo país perante a Convenção do Clima.

A operação fica a cargo do comitê gestor, o órgão que vai definir os limites de emissões e distribuir as cotas. Cabe também ao comitê garantir que o mercado atinja seu objetivo principal.

Os responsáveis pelo Emissions Trading Systems, da UE, já foram forçados a reduzir a concessão de permissões com o objetivo de aumentar o preço do carbono e, portanto, incentivar os participantes a buscar cortes.

Analistas esperam que o preço médio de uma tonelada de CO2 fique em € 85,6 este ano e em € 92,3 em 2024, de acordo com um levantamento da Reuters. Em 2021, a tonelada do era negociada em torno de € 60.

Entidades setoriais, cientistas e representantes da sociedade civil compõem um grupo técnico permanente, terceira instância de controle do SBCE.

Embora o projeto esteja bem desenhado, ainda vai levar tempo para que o mercado regulado brasileiro efetivamente funcione.

Mesmo que haja uma aprovação rápida no Congresso, a regulamentação da lei pode levar até dois anos. Depois disso, nos dois primeiros anos de vigência, apenas serão exigidos relatos de emissões. As obrigações de corte das emissões propriamente só entram em vigor após esse prazo.

“Uma analogia que costumo fazer é com o RenovaBio”, diz Luiz Gustavo Bezerra, advogado do escritório Tauil & Chequer. “A lei da Política Nacional de Biocombustíveis é do final de 2017, mas as primeiras negociações de CBIOs só vieram a ocorrer em 2020, dois anos depois de a lei ser publicada.”

Abrainc, com informações do portal Capital Reset

Câmara aprova aumento do salário mínimo e alterações na isenção de IR

A Câmara dos Deputados do Brasil deu sinal verde para a Medida Provisória (MP) 1.172/23, que ajusta o salário mínimo nacional para R$ 1.320 e modifica a tabela de isenção do Imposto de Renda (IR). A medida já estava em andamento desde 1º de maio deste ano, aguardando apenas a aprovação legislativa para se tornar uma lei permanente.

A aprovação ocorreu na noite desta quarta-feira (23) e, agora, o texto será encaminhado ao Senado Federal para análise. O relator da MP, deputado Merlong Solano (PT-PI), adicionou ao texto uma política de valorização do salário mínimo. Esta política, que entrará em vigor em 2024, vincula o aumento real do salário mínimo à variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.

Mudanças no Imposto de Renda

A MP também traz mudanças significativas na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) . Com a nova regra, indivíduos com renda mensal de até R$ 2.640 estarão isentos de pagar o imposto. Anteriormente, a isenção se aplicava a quem ganhava até R$ 1.903,98 por mês.

Impacto Fiscal 

O governo estima que a nova faixa de isenção resultará em uma perda de receita de aproximadamente R$ 3,2 bilhões em 2023. Para compensar, havia uma proposta para taxar rendimentos obtidos no exterior por residentes no Brasil, mas essa parte foi retirada do texto. Em vez disso, o governo enviará um projeto de lei separado para discutir a taxação de investimentos no exterior.

A medida provisória tem um prazo de 120 dias para ser aprovada pelo Congresso, caso contrário, perderá sua validade. O texto agora aguarda a análise do Senado Federal e, se aprovado, seguirá para sanção presidencial.

Portal Contábeis

Programa vai destinar imóveis sem uso do governo para habitação

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse, na tarde de ontem (23), que o governo está finalizando o desenho de um programa para a destinação de imóveis públicos. O foco será direcionar bens abandonados ou subutilizados para habitação e regularização fundiária.

A iniciativa deve ser lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias. Com o mapeamento feito, Estados e municípios poderão sinalizar áreas de interesse para implantação de postos de saúde, escolas e para obras de infraestrutura e mobilidade urbana.

“Estamos montando esse programa de destinação de imóveis para interesse social, fazendo a cessão com foco em habitação e regularização fundiária, mas também empreendimentos de saúde, educação e infraestrutura. E os Estados e municípios terão papel nisso, podendo participar e indicar áreas”, disse Dweck durante participação em painel do XII Congresso de Gestão Pública do Consad (Conselho Nacional de Secretários de Estado de Administração), que acontece em Brasília.

Batizado de Programa Democratização dos Imóveis da União, o plano já soma cerca de 500 bens como prédios, galpões e terrenos baldios. Esses locais poderão ser convertidos em moradias populares, equipamentos públicos municipais ou estaduais de educação, saúde ou cultura, ou ainda destinados ao setor privado.

Segundo a ministra, o governo entende como fundamental a construção conjunta do plano e de outras iniciativas com os governos regionais. “Não tem como melhorar a gestão pública sem parcerias com Estados e municípios e sem inovação. E inovação não são só novidades tecnológicas, mas fazer coisas diferentes para garantir o melhor serviço à população”.

Portal Poder 360º

Multas para os empregadores que não adotarem FGTS digital podem chegar a R$ 300 por trabalhador

A fase de testes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) Digital começou no último sábado, dia 19 de agosto, e os empregadores terão até o dia 10 de novembro para aprender a utilizar a nova ferramenta, que será obrigatória já em janeiro de 2024.

Essa fase de testes é essencial para os empregadores se familiarizarem com o novo sistema, já que aqueles que não adotarem o FGTS Digital no prazo estipulado terão multas bem maiores que aquelas aplicadas atualmente.

Especialista em DP e colunista do Portal Contábeis, Pollyana Tibúrcio, explica sobre essa mudança, que poderá chegar, em janeiro, a 30% sobre o débito apurado confessado pelo empregador.

“Após a entrada do FGTS Digital, o valor da multa será de 30% sobre o débito atualizado apurado pela inspeção do trabalho, confessado pelo empregador ou lançado de ofício. E em caso de erros, omissões, ou deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações o valor pode variar entre R$ 100 e R$ 300 por trabalhador prejudicado”, esclarece a especialista.

Pollyana ainda explica que se o empregador formalizar o parcelamento da integralidade do débito anteriormente ao início de qualquer processo administrativo ou medida de fiscalização, será suspensa a ação punitiva da infração prevista.  

Essa novidade altera consideravelmente a forma de cobrança e os valores possíveis das multas praticadas até o momento. “Antes da entrada do FGTS Digital, o valor da multa por empregado prejudicado pela falta de recolhimento de FGTS é de R$ 10,60 a R$ 106,00 por empregado, dependendo da quantidade de empregados que a empresa possui”, explica Pollyana.

As informações estão disponíveis na Instrução Normativa (IN) do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) 02/2021.

Para saber mais sobre o FGTS Digital, acompanhe o canal do Fecha a Conta no YouTube, já que no dia 31 de agosto, quinta-feira da próxima semana, teremos um episódio completo sobre o tema com a especialista.

Portal Contábeis

Caixa projeta liberar R$ 75 bilhões da poupança para financiar imóveis

A vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães, afirmou, na tarde de ontem (23), que o banco espera chegar a R$ 75 bilhões liberados em financiamento habitacional com recursos da poupança neste ano. Por outro lado, reforçou a necessidade de repensar as cadernetas, que vem sendo defendida pela presidente do banco, Rita Serrano.

Magalhães afirmou que o banco tradicionalmente acelera em momentos de redução do apetite de crédito habitacional pelos bancos privados, o que costuma acontecer quando a taxa Selic sobe. Este cenário está se repetindo neste ano.

“Mesmo assim, nós mantemos a projeção de chegar a R$ 75 bilhões (liberados) neste ano”, disse ela em evento do Santander, realizado nesta quarta-feira, em São Paulo. Até junho, a Caixa liberou R$ 41 bilhões.

Segundo ela, ainda assim, a queda na atratividade da poupança nos últimos anos precisa ser endereçada pelo setor financeiro e pelo Banco Central. Ela ecoou discurso da presidente da Caixa, de que o produto pode ter pontos como a remuneração repensados.

“A grande pergunta é se mesmo os juros caindo, a poupança volta a ter a pujança que já teve”, afirmou. O mercado tem perdido depósitos de poupança, assim como a Caixa, que detém mais de um terço dos depósitos das cadernetas do País. O banco público, porém, tem observado perdas menores que a média.

Magalhães disse que a Abecip, a associação que representa os entes que financiam habitação com recursos do sistema de poupança, tem tido discussões com o BC para liberar parte dos depósitos compulsórios dos bancos. A ideia é que os recursos liberados sejam destinados à habitação, compensando as perdas que a poupança tem tido.

Portal R7

Construção debate MCMV, acesso ao crédito e FGTS com ministro das cidades

Programa Minha Casa Minha Vida, acesso ao crédito, preservação do FGTS, trâmites de análise e aprovação de crédito junto à Caixa Econômica Federal foram alguns dos temas tratados pelo setor da construção na última terça-feira (22/08), em São Paulo, com o ministro das Cidades, Jader Filho.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participou do encontro, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) com seus associados, representada pelo presidente Renato Correia e pelo vice-presidente York Estafan, presidente do SindusCon-SP.

Durante o encontro também foram tratadas outras pautas que envolvem a economia e o mercado imobiliário. O prefeito Ricardo Nunes comentou sobre as perspectivas de resultados positivos para a cidade de São Paulo, com a aprovação da revisão o Plano Diretor de São Paulo. O prefeito também comentou sobre a revisão da Lei de Zoneamento e fez um convite para que a sociedade participe das audiências públicas já estão sendo realizadas.

O evento ainda contou com as presenças de Marcos Monteiro, secretário de infraestrutura urbana e obras de São Paulo; Sidney Nery, secretário adjunto da habitação e Fernando Chucre, secretário executivo de planejamento.

Agência CBIC, com informações da Abrainc

Onde estão os aluguéis mais caros do Brasil? Veja o ranking

O município de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, detém o metro quadrado (m²) mais caro de aluguel no Brasil, superando as capitais paulista e fluminense. De acordo com ranking da FipeZap+, em julho, o preço na cidade era de R$ 53,80 o m². Ou seja, o aluguel de um imóvel de 35 m² custa R$ 1.883 por mês e um de 70 m², R$ 3.766, por exemplo.

A explicação está na região nobre de Alphaville, responsável por puxar os preços dos aluguéis para cima em Barueri. A área tem concentração de prédios e casas de alto padrão, o que leva o município a ter preço médio 8,3% mais alto do que o de São Paulo, que tem o metro quadrado de R$ 49,69.

Segundo analistas, além dos imóveis de luxo, a região também tem grande taxa de ocupação de galpões logísticos, o que aquece o mercado imobiliário local como um todo. A proximidade com São Paulo e a facilidade no acesso à rodovia Presidente Castelo Branco também são pontos cruciais na valorização da região.

“De 2020 para cá, houve aumento na procura de imóveis localizados em condomínios nessa região. Por causa da pandemia, houve uma intensificação do trabalho remoto e agora há a consolidação do modelo de trabalho híbrido. As pessoas tomaram decisões de mudança de vida e esses imóveis tiveram uma demanda intensa. Mesmo os condomínios que tinham baixa velocidade de venda tiveram uma aceleração. Isso reduziu o número de imóveis disponíveis na região de Barueri”, afirma Daniel Gava, CEO da startup do setor imobiliário Rooftop.

Na visão de Bruno Ackermann, sócio da cy.capital, a valorização dos imóveis residenciais também tem relação com o mercado de galpões logísticos de Barueri, que torna as entregas de produtos comprados no comércio eletrônico mais rápidas. “Agora que o galpão fica perto do consumidor, o local tende a ser interessante tanto para o setor imobiliário logístico quanto para o residencial”, diz Ackermann.

O aumento médio dos preços de aluguéis no País nos últimos 12 meses até julho foi de 16,27%, segundo a FipeZap. Goiânia, Florianópolis e Curitiba foram as cidades que tiveram os maiores aumentos de preços no período, respectivamente, com 37,39%, 36,10% e 21,33%. O Rio ficou em quarto lugar, com 19,80%, e São Paulo em 10º, com 14,03%.

Para Marcelo Milech, planejador financeiro pela Planejar, as altas taxas de financiamento imobiliário são os principais fatores que levam ao aumento do preço dos aluguéis em todo o País. Com maior custo para comprar um imóvel financiado, mais pessoas precisam buscar a locação como alternativa de moradia.

“Além disso, muitos contratos de locação foram reajustados pelo IGP-M, que subiu bem acima da inflação. Esse indicador ainda é usado, apesar de ser mais volátil do que o IPCA. A tendência de alta mudou. Em 2023, o IGP-M tem um acumulado negativo. Por isso, em alguns casos, pode haver uma redução nos valores de aluguéis”, afirma Milech.

Apesar da redução do índice de reajuste dos aluguéis, o setor imobiliário ainda passa por um atraso na readequação de preços. Na visão de especialistas, a situação tende a melhorar mais para o fim ano, com a queda progressiva do juro na agenda do Banco Central. Entretanto, fatores como desenvolvimento econômico, infraestrutura e transportes ainda irão puxar os preços dos aluguéis para cima. Porém, mesmo com a desaceleração da escalada de preços, uma queda nos valores de aluguéis é improvável.

“Os contratos de locações bem redigidos não aplicam deflação. O valor do aluguel tende a se manter, pelo menos, no mesmo valor quando o índice de correção é negativo. Não vemos aplicação de deflação”, diz Gava.

Imóvel como investimento

O relatório da FipeZap traz dados que mostram que a rentabilidade de um imóvel alugado é, em média, de 5,52% ao ano no País. O município mais rentável nesse indicador é Santos, seguido por Praia Grande e Recife, todas cidades litorâneas. São Paulo aparece na 14º posição do ranking, com rentabilidade de 5,71%.

Rentabilidade de alugueis por cidades

Caio Nabuco de Araujo, especialista em fundos imobiliários da Empiricus Research, avalia que os imóveis podem ser opções de investimento, mas outros ativos, atualmente, rendem mais do que um aluguel. “O brasileiro tem a cultura de adquirir imóveis, o que é uma forma conservadora de preservar capital. A valorização, a depender da região, deve ser levada em conta. Mas a rentabilidade de um aluguel perante a um fundo imobiliário é inferior”, afirma Araújo.

O Estado de SP

Veja quais são as “top picks” de 4 corretoras no setor de construção

As empresas ligadas à construção civil estão em destaque na Bolsa em 2023. Até o fechamento desta segunda-feira (21), três das quatro maiores altas do Ibovespa no ano são ações de construtoras: Cyrela (CYRE3), Eztec (EZTC3) e MRV (MRVE3) acumulam uma valorização de 85,6%, 74,1% e 64,2%, respectivamente.

Como mostramos aqui, a alta se deve a uma união de fatores. De um lado, a perspectiva de juros menores, que beneficia muito as ações ligadas à economia doméstica. De outro, a volta de políticas e programas de incentivos ao setor imobiliário, como o Minha Casa, Minha Vida.

Ainda que o desempenho da Bolsa brasileira em agosto esteja negativo, analistas ainda veem espaço para a continuidade das valorizações nas ações do setor, desde o segmento de média e alta renda até o de baixa renda. O E-Investidor reuniu as “top picks“, as ações preferidas, de 4 corretoras para surfar esse movimento. Confira:

Guide Investimentos

  • Top pick: Direcional Engenharia (DIRR3) e Cyrela (CYRE3)

A Guide tem duas ações preferidas no setor de construção civil, uma entre as empresas voltadas para a baixa renda; outra, para a média/alta renda.

Lucas Rietjens, analista da Guide Investimentos, explica que entre as empresas de baixa renda, nomes como Cury, Direcional e Plano & Plano devem seguir entregando os melhores resultados. A preferência é por DIRR3, dado que, em termos de valuation, a ação está negociando com certo desconto.

“Preferimos Direcional, uma vez que não vemos nenhum motivo para que a companhia negocie com desconto para Cury, e que o prêmio sobre P&P é justificável em razão da maior liquidez das ações de Direcional”, diz o analista.

Já no segmento de alta renda, a top pick é Cyrela.

Itaú BBA

  • Top pick: Eztec (EZTC3)

A Eztec é a top pick do Itaú BBA no segmento de média e alta renda. Em relatório, os analistas Daniel Gasparete, André Dibe, Mariangela Castro e Alejandro Fuchs destacam que o resultado apresentado pela companhia referente ao segundo trimestre de 2023 foi “sólido”, com uma combinação de margens brutas acima do esperado e uma recuperação patrimonial mais forte.

Órama Investimentos

  • Top pick: Eztec (EZTC3)

A Órama está “olhando com bons olhos” as empresas de construção civil, tanto as de médio e alto padrão, quanto o segmento voltado para a baixa renda. Dentro do setor, a preferência é Eztec.

“É uma empresa muito diferenciada, bem estabelecida e com bastante confiança por parte do investidor, e que está negociando um múltiplo abaixo do histórico. Gostamos bastante da recorrência da Eztec em entregar resultado há quase 20 anos, com ROE na casa dos 18%”, explica Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama.

Santander

  • Top pick: Direcional Engenharia (DIRR3)

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (21), o Santander atualizou o seu preço-alvo para as ações da Direcional, de R$ 22 para R$ 31. “Estamos atualizando nossas estimativas para refletir o impacto positivo das mudanças no programa MCMV, incorporar o recente follow-on da Direcional que arrecadou R$ 430 milhões; e incorporar os resultados do 1T23 e 2T23 e recentes mudanças contábeis para o reconhecimento de vendas a receber”, escreveram os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni.

A Direcional é a top pick do banco no setor de construção civil, com base na avaliação atrativa da ação, potencial de expansão do ROE e um balanço forte que deve “permitir lidar com a aceleração de curto prazo”.

O Estado de SP | E-Investidor