Comerciais sintonizados com o entorno

A integração com São Paulo e os traços de sustentabilidade unem os vencedores da categoria Empreendimentos Comerciais no Master Imobiliário 2020. Mais do que a alta tecnologia típica dos projetos corporativos de luxo, os complexos B32, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, e Park Tower, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, caracterizam-se por valorizar a experiência dos usuários em sintonia com a cidade.

Uma praça de 8 mil metros quadrados liga a Faria Lima aos prédios do B32 – um edifício corporativo, um teatro com capacidade para até 500 pessoas, um restaurante e cafés. A área de circulação pública será um centro de atividades, segundo o idealizador do projeto, Rafael Birmann. Completa o cenário uma escultura metálica de uma baleia, que deve se tornar ponto de referência na vizinhança. 

De propriedade da Faria Lima Prime Properties (FLPP), o complexo será entregue gradualmente até o fim do ano. O B32 tem 120 mil m² de área ao todo e está situado em um terreno na esquina da Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, em uma das mais valorizadas regiões do mercado corporativo “Triple A” na capital.

O principal edifício do complexo tem 125 metros de altura e 25 pavimentos, com lajes de mais de 2 mil m² e pé-direito de três metros. O prédio tem fachada de vidros insulados, core central – que reúne as áreas técnicas, elevadores e escadas –, além de colunas de sustentação nas periferias, o que lhe confere uma grande abertura para a iluminação natural.

Diariamente, de 5 mil a 6 mil pessoas devem circular pelas dependências do local, que terá equipe operacional própria.

O B32 recebeu o selo verde LEED (em inglês, Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria Platinum. Alguns dos seus destaques de sustentabilidade incluem o aproveitamento de água e a economia de energia elétrica. O empreendimento conta com uma estação de tratamento de água que funciona por meio de ozônio e microfiltragem. Além disso, ele alcançou 40% de redução de consumo energético em relação à base de referência adotada pela certificação.

Vista para o verde. Não muito longe dali, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, a proximidade com o Parque do Ibirapuera tornou o projeto do Park Tower uma opção incomum para o mercado. A 650 metros da entrada principal da área verde, o empreendimento privilegiou a vista para a natureza e as opções de envolvimento com o entorno como diferenciais, além de sua eficiência operacional, certificada pelo selo verde LEED na categoria Gold.

“Está em um terreno de 6,56 mil m² entre a Paulista, os Jardins e o Itaim Bibi. Em qualquer cidade do mundo, a visão para um parque é valorizada, diz Rodrigo Abbud, sócio-fundador e head dos segmentos de escritórios da gestora de investimentos imobiliários VBI Real Estate, responsável pelo Park Tower. O prédio tem certificação Triple A conferida pela Escola Politécnica da USP.

Com 22,3 mil m² de área bruta locável, o Park Tower tem 13 pavimentos e core lateral para garantir a vista livre para o Ibirapuera. Suas lajes corporativas, com 1.568 m² e 1.847 m², são majoritariamente retangulares e permitem a montagem de escritórios sem divisórias. O pé-direito de 5 metros, confere altura acima da média. No lobby, são 7 metros de pé-direito.

A fachada é revestida por vidros insulados, que permitem a passagem de luz com mais controle térmico, evitando gastos extras com climatização. A integração com o entorno também foi um fator determinante, segundo o executivo. Considerando a boa infraestrutura de transporte da Brigadeiro Luís Antônio, a VBI reforçou a infraestrutura para os usuários que dispensam o carro, oferecendo um espaço para que ciclistas tomem banho antes do trabalho.

Galpão industrial alia refrigeração à sustentabilidade

Com o desafio de dar eficiência a um galpão industrial que opera a até 30 graus Celsius negativos, a Bresco inovou no reaproveitamento de recursos e nas soluções de resfriamento, o que rendeu ao complexo Bresco BRF Londrina o Master Imobiliário na categoria Built to Suit. A empresa atua na aquisição, desenvolvimento e construção de propriedades por meio dos modelos de built to suit, saleleaseback e no desenvolvimento de propriedades especulativas para locação.

Certificado pelo selo LEED, o centro de distribuição foi construído em 14 meses para ser um polo logístico de mercadorias da BRF, com mais de 23 mil m². O galpão tem pé-direito de 12,80 metros e foi reconhecido internacionalmente pela planicidade e pelo nivelamento do seu piso, que suporta até 6 toneladas por metro quadrado. O empreendimento tem capacidade para 123 mil toneladas de produtos e conta com 30 docas para veículos frigoríficos.

De acordo com o diretor de operações da Bresco, Carlos Sisti, foi adotado no imóvel um sistema de refrigeração indireto, com reduzida utilização de amônia. Tóxica, a substância é adotada apenas para fazer as trocas de calor no sistema, e outro fluido é utilizado para distribuir a refrigeração pelos ambientes.

O calor proveniente do resfriamento do óleo de compressores é utilizado para fazer o degelo de alguns equipamentos, para reaquecer o ar na antecâmara e para aquecer o piso da câmara de congelados. “É um sistema circular, moderno e inovador”, diz.

Além disso, o galpão tem uma estrutura no seu telhado para captar a chuva, que é utilizada na reposição de água de condensadores – a estimativa é de que, com essa solução, a BRF deixe de consumir 8,7 mil m³ de recursos hídricos por ano.

A economia de água também pode ser verificada no paisagismo do complexo, que adotou espécies vegetais adaptadas ao clima de Londrina, dispensando a irrigação.

“O projeto reduziu em mais de 70% o consumo de água potável (em relação à base estipulada pelo certificador do selo verde)”, diz Sisti.

Mais desafiadora, a redução do consumo de energia elétrica alcançada foi de cerca de 20%. A economia deve-se à eficiência do sistema de ar-condicionado, das luminárias e do sistema de refrigeração.

O galpão possui ainda um sistema de aquecimento solar para a água destinada aos chuveiros dos vestiários.

Manutenção. A maior facilidade de manutenção é outro fator diferencial. Sisti explica que a decisão de instalar alguns equipamentos de refrigeração mais próximo do piso prescinde o uso de escadas para consertos ou ajustes.

O sistema de combate a incêndios também evita acidentes e interrupções na operação. A distribuição de linhas de sprinklers foi feita no teto do galpão, e não em prateleiras, que usualmente deixam o sistema mais suscetível a danos.

Além disso, as tubulações são preenchidas com gás, e o bombeamento de água é acionada por sensores apenas em caso de necessidade.


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