Master Imobiliário: Maioria dos prêmios é de São Paulo

No 26.º Master Imobiliário, as 21 obras premiadas trazem a marca da excelência na concepção e realização, segundo o júri formado por especialistas e representantes de entidades do setor. A cidade de São Paulo é palco de 12 empreendimentos e projetos contemplados, metade deles concentrada na Avenida Faria Lima e redondezas.

Promoção do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e do Capítulo Brasileiro da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci Brasil), o evento neste ano teve novo formato por causa da pandemia. A tradicional festa da entrega dos troféus, com shows musicais para 1,3 mil convidados, foi substituída por um programa de TV, fruto de parceria entre Fiabci, Secovi, BandNews e Estadão, ontem à noite, para a celebração dos vencedores de 2020.

“O prêmio consagra a excelência”, diz o presidente do Secovi, Basilio Jafet, destacando o compromisso de distinguir a primazia dos trabalhos e iniciativas de profissionais da indústria imobiliária. “O objetivo é contemplar projetos que vão se tornar tendências e serão seguidos por outras empresas”, afirma o presidente da Fiabci, José Romeu Ferraz Neto.

Com o caráter de inovação e as experiências bem-sucedidas, a premiação projeta casos exemplares do que o setor faz de melhor no território brasileiro.

O escritório de arquitetura Athié Wohnrath conquistou dois prêmios. Um por design de interiores na sede do Bradesco BBI, na Avenida Faria Lima, esquina com a Juscelino Kubitschek, coração do mercado corporativo da capital. Segundo a comissão julgadora, o projeto desenvolveu “conceitos de convívio, sustentabilidade, inovação e conforto” para interação de colaboradores e clientes com o espaço físico.

O segundo troféu veio com o retrofit do Complexo Centenário, na região da Berrini, uma extensão do eixo financeiro da Faria Lima, que avançou na direção sudeste da cidade.

Jafet vê “extrema importância” nos projetos de retrofit para melhorar locais já ocupados. “Moderniza o que está defasado, com arquitetura e tecnologia de primeira linha”, diz.

Para Ferraz Neto, “era um ícone e, agora com esse retrofit, volta a ser”, em referência ao Plaza Centenário, inaugurado em 1996 e conhecido como Robocop por sua fachada de vidro e metal com 139 metros de altura.

 “Retrofit é uma tendência”, declara, explicando que prédios se defasam com o tempo. “Vale trazê-los de novo para o mercado com tecnologia de ponta.”

Outro contemplado na Avenida Faria Lima é o edifício comercial B32, com espaços abertos ao público e um teatro, além de, segundo o júri, destaques em sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Neste caso, a empresa premiada foi a Faria Lima Prime Properties. Jafet enfatiza que a importância da Faria Lima não é só para o setor, é para a cidade. “São prédios modernos, com alta tecnologia.”

No entorno, destacam-se o São Paulo Corporate Towers, que rendeu prêmio de comercialização para a consultoria CBRE, e dois residenciais também contemplados nesta edição: o PIN Home Design, da incorporadora Tegra, na Rua dos Pinheiros, e o Condomínio Praça Ibiapinópolis, da Three Desenvolvimento Imobiliário, perto do Shopping Iguatemi. “Ultimamente, dentro dessa nova tendência de ter habitações perto dos escritórios, tem saído uma série de projetos residenciais perto da Faria Lima”, diz Ferraz Neto.

Tanto a incorporadora Helbor como a HBR Realty também ganharam dois prêmios, cada uma. Foram três projetos em parceria com as construtoras MPD e Toledo Ferrari. Além do Shopping Urupema, em Mogi das Cruzes, e do Facces Jardins, residencial de altíssimo padrão, com preço médio de R$ 35,5 mil por metro quadrado, Helbor e HBR trazem o 1.º empreendimento W ao Brasil, marca internacional de alto luxo.

O projeto, que une o W Hotel e o W Residences São Paulo, terá uma torre de 45 andares na Vila Olímpia, a 800 metros da Faria Lima.

No ano passado, o Master também consagrou dois projetos de hotel e branded residences: um do Four Seasons e outro do Hotel e Residências Fasano.

“É um nicho que está crescendo”, avalia Ferraz Neto, dizendo que o cliente tem oportunidade de morar e de ter todo o serviço de hotelaria ao seu dispor. “Fora do País está consagrado, e aqui está se consolidando com produtos diferenciados.”

Seis entidades escolhem os vencedores

O Master Imobiliário tem duas categorias: Empreendimento e Profissional. Na primeira, concorrem residenciais e comerciais já prontos e entregues. Na Profissional, são inscritos, para avaliação do júri, projetos de marketing, comercialização, inovações tecnológicas, sustentabilidade e soluções arquitetônicas, entre outros.

A comissão julgadora escolhe por votação os premiados e foi presidida neste ano por Carlos Pires, da consultoria KPMG.

Seis entidades, representadas por seus presidentes e especialistas, integram o júri: Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBea), Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Instituto de Engenharia (IE) e Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap).

Três diferentes visões vencem na mesma categoria

O porte não importa. Com 5 casas, 160 apartamentos ou quase 2 mil, três incorporadoras ganharam o prêmio Residencial na categoria Empreendimento do Master Imobiliário. Respectivamente, são obras da Three, Tegra e Eztec.

Com tipologias de 38 m² até 154 m², o Cidade Maia tem 1.969 apartamentos, ocupando nove torres, de 28 andares, em Guarulhos, na Grande São Paulo. “É um dos maiores residenciais da Eztec, com 312 mil m² de área construída em terreno de 46 mil m²”, afirma o diretor comercial, Marcos Ernesto Zarzur.

Dois fatores valorizam a localização do empreendimento. Ser vizinho do Shopping Maia, inaugurado em 2015, e ficar perto dos 170 mil m² do Bosque Maia, parque municipal com pistas de corrida e skate, trilhas, quadras de esporte e lago, uma referência de contato com a natureza.

Ao todo, são cinco condomínios, cada um com a sua área de lazer. Valorizar os espaços de convívio foi um dos objetivos do projeto de paisagismo, de Benedito Abbud. Ele destaca “a imponência” das palmeiras imperiais e o espelho d’água, na entrada, a praça central e o cinturão verde que integra o empreendimento à paisagem.

Interligando as áreas comuns dos condomínios, para uso de moradores e convidados, a praça central tem 5 mil m² e um piso inferior, destinado ao acesso de veículos.

O valor geral de vendas (VGV) do Cidade Maia é de R$ 1 bilhão, diz Zarzur. Já foram comercializados 70% dos 1.969 apartamentos. Em média, o valor é de R$ 6,5 mil por m². O preço final varia de R$ 360 mil para unidades de 56 m², a R$ 1 milhão, de 154 m². Com 448 imóveis (38 m² e 56 m²), o Condomínio Alameda é o que tem maior porcentual (94%) negociado, com destaque para tipologia de 38 m², totalmente vendida.

Em São Paulo, a Tegra entregou o Pin Home Design, na Rua dos Pinheiros, a 180 metros da estação Fradique Coutinho, do metrô. Comodidade e localização são dois conceitos da linha home design, afirma o diretor de Incorporação da Tegra, João Mendes. “Pin HD é a opção para quem busca comodidade e proximidade com o trabalho”, diz. “Pinheiros tem diversas linhas de ônibus, metrô e ciclofaixas, com rápido acesso ao eixo financeiro da Avenida Faria Lima.”

Vizinho dos Jardins e colado à Vila Madalena, o bairro tem larga oferta de gastronomia, lazer e cultura, além da vida noturna – hoje, em hibernação por causa da pandemia. “Perfil cosmopolita, grande oferta de serviços e a inauguração de estação de metrô transformaram Pi

Segundo a Tegra, destacamse a fachada com painel de madeira, piscina com parede de vidro e a pintura de Giuliano Martinuzzo, que se estende da parede na frente do prédio, passa pelo hall e salão de festas, seguindo até o bicicletário.

Lançado em novembro 2017, o Pin é um representante da crescente verticalização da Rebouças e ruas vizinhas a partir do novo zoneamento, em 2016, que permitiu edifícios mais altos – antes, restritos a 25 metros. Com a mudança, o boom de lançamentos chegou a 3.845 apartamentos, de 2016 a 2019.

Com 26 andares e 160 unidades, o Pin tem oito apartamentos por pavimento, dois voltados para cada face – sem unidades “de frente” ou “de fundos”. Todos são dois dormitórios, de 71m² e 72,5m². A maioria dos compradores, segundo Mendes, está na faixa de 30 a 50 anos.

O condomínio Praça Ibiapinópolis, da Three Desenvolvimento Imobiliário, foi concluído no final de 2019, com a entrega das cinco casas aos moradores. São 300 m² de área construída – subsolo, térreo, 1º andar e cobertura – mais jardim privativo, perto do Shopping Iguatemi e da Avenida Faria Lima, no Jardim Paulistano.

Condomínio fechado de alto padrão, em bairro nobre, com área de uso exclusivo de 500 m² para cada uma das casas. A comissão julgadora endossa “a implantação inteligente e eficiente” da obra . “A parte social e os quartos, voltados para recuos arborizados do terreno, dão privacidade e leveza”, diz o voto.

O empreendimento foi 100% vendido ao preço médio de R$ 6,5 milhões, diz Francesco Rivetti, sócio da Three Desenvolvimento Imobiliário. “Fizemos um cinturão verde, com jardins e árvores, ao redor das casas.” O subsolo comporta quatro carros por unidade, com acesso por elevador privativo.

Fundada em 2012, a Three atua na concepção e gestão de residenciais de alto padrão. Seu portfólio tem 14 empreendimentos entregues, lançados e em desenvolvimento. A maioria dos projetos é de condomínio com poucas casas e tem famílias como público-alvo.

“Há a indústria da construção civil e existem os alfaiates, que é a nossa turma”, diz Rivetti, brincando. “O que viabiliza isso é o baixo número de unidades.” Com atuação próxima, atende a demandas específicas do comprador, incluindo adequação de layout externo, segundo o desejo de cada família. “Fazemos um trabalho mais taylor made do que simplesmente uma repetição da planta original como foi concebida.”



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