Desemprego fica em 11,2% até fevereiro, abaixo do piso das projeções, de 11,3%

A taxa de desemprego no país ficou em 11,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro, mesmo número registrado de novembro a janeiro, 0,4 ponto percentual (p.p.) abaixo do verificado nos três meses encerrados em novembro, de 11,6%, e 3,4 pontos percentuais abaixo do resultado de fevereiro de 2021 (14,6%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado também ficou abaixo da mediana das expectativas de 29 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma taxa de 11,4%, com intervalo das projeções de 11,3% a 11,8%.

No trimestre até fevereiro, o país tinha 12,016 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 3,1% frente ao trimestre anterior (menos 389 mil pessoas) e queda de 19,5% frente a igual período do ano anterior (menos 2,9 milhões de pessoas).

Após a divulgação de hoje, o IBGE regulariza o calendário de divulgação da Pnad Contínua, com a liberação dos resultados no mês seguinte ao mês em que se referem os dados. O prazo de divulgação tinha sido ampliado na pandemia por causa da necessidade de ampliar o período de coleta, que passou a ser feita por telefone diante das medidas de isolamento social.

O início do ano é tradicionalmente marcado por aumento do desemprego, já que há dispensa dos trabalhadores que tinham sido contratados de forma temporária para o período do fim do ano.

Entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 95,2 milhões de pessoas. Isso representa uma variação de 0,3% em relação ao trimestre móvel anterior, encerrado em novembro (mais 304 mil pessoas ocupadas), mas classificada como estabilidade pelo IBGE por estar dentro do intervalo de confiança. Frente a igual trimestre do ano anterior, subiu 9,1% (7,9 milhões de pessoas).

Já a força de trabalho — que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade — estava em 107,2 milhões no trimestre até fevereiro de 2022, 0,1% a menos do que no trimestre imediatamente anterior (menos 85 mil pessoas), classificada como estabilidade pelo IBGE, e 4,9% acima de igual período do ano anterior (mais 5 milhões de pessoas).

Taxa é a menor para o período desde 2016

A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em fevereiro é a menor para o período desde 2016 (10,3%), segundo os dados da Pnad Contínua.

“Na série histórica, só não é menor que os anos de 2013 a 2016”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Massa salarial

A massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 234,104 bilhões no trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, segundo a Pnad Contínua.

O número aponta alta de 0,6% frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em novembro), ou R$ 1,453 bilhão. O desempenho, no entanto, é classificado como estabilidade pelo IBGE, porque está dentro do intervalo de confiança da pesquisa.

Frente a igual período do ano anterior, há queda de 0,2% (menos R$ 550 milhões), também dentro da estabilidade estatística.

Já a renda média dos trabalhadores ficou estável no período, segundo o IBGE. De acordo com dados da Pnad Contínua, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (considerando a soma de todos os trabalhos) foi de R$ 2.511 no trimestre móvel até fevereiro de 2022, variação de 0,3% frente ao trimestre móvel anterior (R$ 7 a mais), mas dentro do intervalo estatístico. Frente a igual período do ano anterior, houve redução de 8,8% na renda média, uma diferença de R$ 241.

Valor Investe

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