Já conferiu o atual artigo 163 da CLT e a nova atribuição da CIPA?

Foi promulgada, no dia 21 de setembro de 2022,  a Lei Nº 14.457, que instituiu o Programa Emprega + Mulheres, destinado à inserção e manutenção de mulheres no mercado de trabalho, por meio da implementação de medidas destinadas ao apoio à parentalidade, à qualificação de mulheres, ao apoio ao retorno ao trabalho após a licença-maternidade, ao reconhecimento de boas práticas na promoção da empregabilidade feminina, à prevenção e combate ao assédio e outras formas de violência no trabalho e ao estímulo ao microcrédito para mulheres.

Há também na nova lei uma alteração importante que transformou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em agente de prevenção ao assédio,  provocando, inclusive, a alteração do nome da Comissão.

O artigo 163 da CLT passou a vigorar com a seguinte redação: 

“Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (Cipa), em conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nos estabelecimentos ou nos locais de obra nelas especificadas”.

Como na construção civil muitas empresas possuem trabalhadoras e constituem a CIPA, devem se atentar a nova obrigatoriedade legal em buscar oferecer às mulheres um ambiente laboral sadio, seguro que adotem:

  • Regras de conduta a respeito do assédio sexual, regras formais através de um código de conduta por exemplo que deixando claro por parte da empresa a intolerância a atos de assédio no ambiente corporativo;
  • Estabelecer um canal para recebimento e acompanhamento de denúncias. Fazendo que este canal possua confiabilidade, possibilitar o anonimato àquelas pessoas que o buscarem;
  • Inclusão de temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de violência nas atividades e nas práticas da CIPA – acréscimo importante a todas as atividades da CIPA, devendo abordar frequentemente o tema em canais internos de comunicação, fazendo circular a informação por meio de palestras de conscientização e prevenção com frequência;
  • Realização, no mínimo anualmente ações de capacitação, de orientação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa com os temas relacionados à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, sempre formatados de modo acessível, apropriado e efetivo. Devendo a empresa efetivar todos os protocolos sobre o tema.

Agência CBIC

Construtoras disparam com mudanças no Casa Verde e Amarela. Quais são elas?

As ações de empresas de construção civil têm dia positivo na B3 reagindo às mudanças anunciadas na sexta-feira no programa Casa Verde e Amarela (CVA). O índice do setor avança 5%, puxado pela disparada de mais de 7% da Cury (CURY3).

O conselho do FGTS aprovou duas atualizações para o CVA, que deverá voltar a se chamar Minha Casa Minha Vida (MCMV) após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Com isso, por volta das 16h20, os papéis da Cyrela (CYRE3) avançavam 6%, enquanto Tenda (TEND3), Eztec (EZTC3), Direcional (DIRR3) e Gafisa (GFSA3) subiam mais de 4%. As ações da MRV (MRVE3) tinham a alta mais contida, de 2,4%.

Mudanças no CVA e o impacto nas empresas de construção civil

As novas medidas envolvem a extensão do período de vigor das taxas de juros mais baixas para o grupo 3 do programa e o pró-cotista, até junho de 2023.

As taxas desse grupo serão mantidas em 7,66% ao ano, enquanto a do pró-cotista seguirá no mesmo patamar, considerando imóveis de até R$ 350 mil. Para imóveis acima desse valor, as taxas do pró-cotista foram mantidas em 8,16% ao ano.

Além disso, foi estabelecido uma ampliação do teto do valor de contratação de imóveis no CVA em 5%, com o teto máximo permanecendo em R$ 264 mil a unidade, exceto para o Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

“Essas atualizações aparecem como elementos de manutenção do ritmo acelerado de contratações no ano que vem. Isso é positivo para todas as construtoras de baixa renda, em especial para as que atuam no topo do programa CVA”, comenta o analista do setor da XP, Ygor Altero.

Quais construtoras serão beneficiadas com as mudanças?

Para Altero, no quesito de ampliação do teto de contratação, as construtoras com maior expansão geográfica devem se beneficiar de uma melhora no enquadramento dos imóveis. “Isso deve ampliar o mercado endereçável das companhias, principalmente, nas faixas mais altas. Pode beneficiar, principalmente, Direcional, MRV e Tenda”, diz.

Ele acrescenta que a manutenção das taxas de juros mais baixas para o grupo 3 e pró-cotistas parece positiva, beneficiando as companhias que atuam nas faixas mais altas do programa, em especial a Cury.

Money Times

Conselho estende redução de juros na compra de imóveis com o FGTS

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou estender por mais seis meses os juros reduzidos para os financiamentos de moradias no grupo 3 do programa Casa Verde e Amarela (CVA), destinado a famílias que ganham entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil por mês, e também da linha Pró-Cotista, que serve para imóveis de valores mais altos, fora do programa. Os juros reduzidos iriam expirar no dia 31 de dezembro de 2022 e, agora, vão valer até 30 de junho de 2023.

O conselho também aprovou a elevação em 5% do valor dos imóveis dentro do grupo 3 do Casa Verde e Amarela.

As medidas tomadas em reunião sexta-feira foram bem recebidas pelo setor. A visão de empresários e analistas é de que as iniciativas contribuirão para evitar paradas nas contratações no início do ano que vem, além de aumentar o total de apartamentos financiados nessas categorias.

Com a decisão do conselho, as taxas de juros para as famílias do grupo 3 do Casa Verde e Amarela continuam em 7,16% ao ano para quem é cotista do FGTS e em 7,66% ao ano para não cotistas – antes estavam 0,5 ponto porcentual maiores.

Na linha Pró-Cotista, as taxas são de 7,66% + TR ao ano para imóveis com valores até R$ 350 mil; e 8,16% ao ano + TR para imóveis acima de R$ 350 mil, até o teto do Sistema Financeiro Habitacional, de R$ 1,5 milhão – antes estavam um ponto porcentual maiores.

Por sua vez, o aumento de 5% no valor de venda dos apartamentos terá um impacto variável, de acordo com a localização.

As cidades de São Paulo, Rio e Brasília, por exemplo, não tiveram mudança, e o valor foi mantido em R$ 264 mil (únicas praças sem ajustes). Nas cidades de Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, o valor subirá de R$ 236,5 mil para R$ 248 mil. Nas outras capitais classificadas como metrópoles, foi liberada alta de R$ 209 mil para R$ 219 mil. No interior, os aumentos também foram liberados e variam de acordo com o porte da cidade.

Segmento e mercado recebem bem a medida

O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Helder Melillo, afirmou em nota que os recentes ajustes no programa Casa Verde e Amarela visam a evitar problemas de continuidade nas contratações de financiamento com o FGTS no início do próximo governo.

Ele acrescentou que os ajustes também buscam sustentar o ritmo de crescimento do setor da construção civil observado nos últimos meses e garantir que a equipe da nova gestão presidencial tenha tempo hábil para promover estudos, avaliações e aprimoramentos considerados necessários para os programas habitacionais.

O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Elson Ribeiro Póvoa, celebrou a aprovação das medidas. “Foi uma conquista da CBIC, que trabalhou muito para que essa demanda fosse atendida, e que atenderá grande parte da população brasileira”, afirmou em nota.

Póvoa mencionou também que foi firmado compromisso de que a elevação no valor máximo dos imóveis estará na pauta da primeira reunião do conselho, em março do ano que vem, para que se chegue a uma decisão definitiva.

As medidas foram consideradas benéficas também por analistas. “Vemos as atualizações como um elemento de manutenção do ritmo positivo de contratações no início de 2023, o que algo positivo para todas as construtoras”, afirmou o analista de mercado imobiliário da XP, Ygor Altero, em nota.

Altero acrescentou que o aumento do valor de contratação ajudará as companhias com maior expansão geográfica, como Direcional, MRV e Tenda, ampliando o seu mercado. Já a manutenção das taxas de juros mais baixas no grupo 3 e na Linha Pró-Cotista ajudará as incorporadoras que atuam nas faixas mais altas do CVA, em especial a Cury, apontou.

O analista do Bradesco BBI, Bruno Mendonça, estimou que as taxas de juros temporariamente mais baixas aumentaram o poder de compra dos consumidores em cerca de 5% a 7%, destacou, em relatório. Segundo ele, o reajuste de 5% também foi importante para as empresas, já que os custos das matérias-primas estão mais altos em razão da onda inflacionária dos trimestres anteriores.

O Estado de SP

Em 2022, Ademi-RJ tem agenda intensa de participações em debates do setor e no Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan

Marcos Saceanu em reunião do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan

Discutir soluções e o futuro do Mercado Imobiliário carioca é uma das missões da Ademi-RJ que, em 2022,foi intensificada com a participação do seu presidente, Marcos Saceanu, e do superintendente, Murillo Allevato, em eventos e reuniões que trouxeram à mesa assuntos de interesse do setor. 

Em fevereiro, Saceanu foi nomeado vice-presidente do Fórum Setorial da Construção Civil da Firjan,que promove o debate sobre o cenário do setor, atuando na redução de obstáculos que engessam o crescimento do mercado e dos investimentos. As reuniões aconteceram mensalmente e os temas giraram em torno de questões sobre habitação popular, industrialização, BIM, inovação e outras.

A culminância das atividades do fórum neste ano foi o lançamento do Projeto RioConstrução, que conta com a parceria das entidades da Construção Civil e do Mercado Imobiliário, em um esforço conjunto para melhorar o desempenho e garantir o desenvolvimento do setor no Rio de Janeiro. “Juntos, vamos continuar elaborando propostas, projetos e ações que defendam os gargalos do setor. Temos o desafio de nos posicionar para garantir uma retomada efetiva”, destaca Saceanu.

O acompanhamento dos indicadores do mercado imobiliário e assuntos como responsabilidade social, desenvolvimento econômico, plano diretor, acessibilidade e mobilidade urbana também fizeram parte da agenda de discussões, em 2022, assim como a organização do encontro com candidatos ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, à época das eleições, realizado em conjunto com o Sinduscon-Rio, para conhecimento das propostas e apresentação do cenário do setor para os então candidatos.

Rio é a segunda cidade com as casas mais valorizadas do país

Sempre desejadas, as casas, que foram ainda mais procuradas na pandemia, permanecem em alta no país, com o Rio de Janeiro ocupando o segundo lugar no ranking das cidades onde estão os bairros com as propriedades mais valorizadas. Em primeiro está São Paulo. Os dados fazem parte de um estudo do Loft Dados. Segundo a pesquisa, São Paulo tem 33 bairros entre os 50 com os maiores valores do metro quadrado (m²) para casas no Brasil. Já o Rio tem cinco, sendo que o Jardim Botânico, na Zona Sul, é o primeiro bairro da lista, com valor mediano de R$ 12.638. O levantamento indica ainda que, apesar de haver mais lançamentos de apartamentos, as casas ainda representam 85% dos imóveis residenciais no país.

A G+P Soluções, de planejamento, gerenciamento e gestão de projetos e construções, também observa esse movimento. De acordo com Sylvio Pinheiro, diretor da empresa, por causa da grande demanda, a G+P abriu um braço interno apenas para gerenciar esse tipo de construção em regiões como Jardim Botânico, Barra da Tijuca e Gávea, além de Búzios e Região Serrana.

O Brix Fundo de Investimento Imobiliário, que tem como um dos sócios o Opportunity Imobiliário, é exemplo de empresa que investe no Jardim Botânico com um projeto de casas que, inclusive, foi contemplado com o Prêmio Destaque Ademi deste ano, na categoria Empreendimento Residencial Pequeno Porte. O Puro Casas Inteligentes terá apenas 12 unidades de um e dois quartos com proposta única, todas com áreas abertas, banhadas pela luz natural do Jardim Botânico, a visita de pássaros coloridos e o som da natureza.

O residencial foi o primeiro lançamento do programa B.8, criado pelo Brix FII com o objetivo de resgatar construções com relevância histórica e arquitetônica. A entrega está prevista para agosto de 2023. “Com o Puro, o morador terá a sensação de morar em uma vila bucólica com toda comodidade e funcionalidade que a vida moderna exige, além de sintonia entre a bela casa de 1937 e a arquitetura nova. Cada unidade tem a sua identidade”, comenta Rafael de Carvalho Ramos, gestor do Brix FII.

Barra e Recreio

Na Barra da Tijuca, bairro que também aparece na lista do Loft Dados, um destaque é o Kaasas Pedra da Gávea Barrinha, projeto da Opy Soluções Urbanas, dos arquitetos Miguel Pinto Guimarães e Sérgio Conde Caldas. São apenas 34 unidades (a partir de 200 metros quadrados), 16 projetos diferentes em terrenos com área coberta e ao ar livre, além de piscina natural, horta orgânica, parque pet e quadra de areia. Já a Avanço Realizações Imobiliárias lançou recentemente na região o Collection Art and Design Home, que será construído dentro do condomínio Santa Lúcia, um dos mais conhecidos endereços da Barra. Serão apenas 18 unidades de até cinco suítes com closet, design, linhas e diferenciais que são a expressão artística da sofisticação. “Temos ciência dessa expressiva demanda por casas e por conta dela estamos investindo em vários projetos de alto padrão no Rio e em Angra dos Reis, na Costa Verde. O Collection está localizado em um ponto muito nobre da Barra em terreno de quase 6 mil metros quadrados. Será um condomínio seleto dentro de um condomínio já exclusivo como o Santa Lucia“, afirma Sanderson Fernandes, diretor da Avanço.

A D2J Construtora também está de olho no potencial da Barra e prepara, para 2023, o lançamento de dois projetos de casas de luxo. O primeiro é o Barra Park Houses, condomínio de apenas 20 casas de alto padrão, entre a Avenida das Américas e a Salvador Allende. “Serão propriedades de 265 a 320 metros quadrados, todas de três pavimentos, três suítes, além de piscina e churrasqueira. Os lotes são muito generosos (de 180 a 265 metros quadrados), o que permite a construção de unidades amplas e sofisticadas“, adianta Daniel Afonso, diretor da empresa. Já o segundo projeto ainda está nos ajustes finais para ser lançado.

No Recreio dos Bandeirantes, o sucesso de vendas do Riviera do Recreio, da Start Investimentos, confirma a procura por empreendimentos com este perfil. São 830 lotes, de 180 a 310 metros quadrados, em um empreendimento com ampla estrutura de lazer e segurança. “Entre os destaques estão a área de lazer com um clube de 7 mil metros quadrados e várias opções para toda a família e o Pontal Beach Point, uma área VIP na praia que vem ao encontro desta necessidade por mais espaço e contato com o verde e o mar“, conta Eric Labes, CEO da Start. Outro diferencial apontado por Labes é que os projetos das casas têm a assinatura do renomado arquiteto Casé Lima. “A arquitetura contemporânea e atual das casas conta com grandes aberturas que trazem a luz e a natureza para o seu interior. Além disso, os ambientes foram estudados para gerar espaços amplos e generosos, com materiais harmônicos entre si, atuais e atemporais“, destaca Lima.

Região Serrana

A preferência por casas também pode ser observada na Região Serrana, local tradicionalmente de veraneio que, com a pandemia, se transformou na primeira residência de muitas famílias. A LGCON Empreendimentos, por exemplo, acaba de lançar o condomínio Summit, no Valparaíso, considerado o melhor bairro de Petrópolis. E para 2023, a empresa prevê a construção de um condomínio de casas de alto padrão na Fazenda Marambaia, em Corrêas, além de uma casa de 500 metros quadrados de área construída no condomínio Aldeia de Itaipava. “Essa joia é a prova de que a busca por exclusividade e privacidade na Serra é a nova tendência que foi antecipada com o home office e o trabalho híbrido, já que as distâncias não pesam mais por conta do trabalho remoto“, analisa Leandro Guimarães, CEO da LGCON.

Ele adianta que a casa está sendo construída em um terreno de mais de 5 mil metros quadrados, e conta com quatro suítes, estacionamento também com ponto para carregamento de veículos elétricos, espaço gourmet completo integrado à piscina, paisagismo e iluminação, além de uma sala com vista deslumbrante. A entrega das chaves está prevista para o final de 2023. “A ideia é que esta casa seja personalizada de acordo com o gosto do cliente, inclusive o projeto de decoração de interiores é por nossa conta“, destaca Guimarães.

Também em Petrópolis, a Rio8 Exclusive está fazendo a concepção de dois empreendimentos de casas, em parceria com a KS9, empresa que ficará responsável pela construção. Segundo Mariliza Fontes Pereira, CEO da Rio8, a ideia é trazer mais uma opção aos clientes, com residenciais inovadores e sustentabilidade. “Além da personalização da planta, um dos grandes diferenciais é a tendência da fachada ‘viva’, ou seja, vamos oferecer três opções de fachadas para deixar a casa ainda mais exclusiva”, adianta Mariliza.

Diário do Rio

Transição pretende reforçar financiamento habitacional

O grupo de Cidades da transição deu ênfase à retomada do atendimento das famílias de baixa renda no programa que será o novo Minha Casa Minha Vida. Criado em 2009 no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a iniciativa foi substituída por Jair Bolsonaro (PL) pelo Casa Verde e Amarela.

Sem orçamento, o Ministério do Desenvolvimento Regional não contratou empreendimentos para o que era conhecido como “faixa 1” do programa habitacional. A modalidade concedia subsídios de até 90% do valor do imóvel.

A sugestão é para que uma medida provisória seja editada já no primeiro mês do novo governo, com abertura de seleção para novos projetos dentro do programa nos primeiros 100 dias da nova administração.

Para retomar a faixa 1, os integrantes do grupo destacam que é necessário viabilizar as contratações no âmbito do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que dava sustentação ao segmento – à época, voltado a famílias que recebiam até R$ 1,8 mil por mês.

O Dia

Quais os Fundos Imobiliários mais rentáveis de 2022?

O mercado de fundos imobiliários (FIIs) vem crescendo muito recentemente e, por esta razão, compartilharei com vocês como anda esse segmento em 2022. Meu objetivo é dar um panorama atual de segmentos relevantes do nosso mercado financeiro e, assim, atingir dois objetivos principais. O primeiro é atrair a atenção de investidores potenciais, mas que ainda não conhecem ou investem nesse mercado e podem mudar esta visão com este artigo. Já o segundo objetivo diz respeito a quem já investe em FIIs e, com isso, ganha a possibilidade de relativizar a performance dos fundos imobiliários que compõem suas carteiras para, possivelmente, revisar suas posições.

Os dados para a análise foram gentilmente cedidos pela Quantum Finance e o corte se deu no fechamento da última terça-feira, dia 13 de dezembro. Um total de 353 fundos imobiliários eram assim classificados na base da Quantum, porém descartei 55 deles por estarem com dados incompletos (provavelmente porque foram lançados ao longo de 2022). É sempre bom ressaltar que trabalhei com a rentabilidade líquida diária e ajustada a proventos de cada fundo, ou seja, com a rentabilidade que efetivamente interessa ao investidor – esse ponto é especialmente importante no caso de fundos imobiliários por eles distribuírem muitos dividendos, inclusive por lei devem fazê-lo no mínimo a cada seis meses. As volatilidades foram anualizadas para facilitar comparações e seguir padrão de mercado. O índice Sharpe foi calculado a partir das rentabilidades no ano do fundo e do CDI (como taxa livre de risco) e da volatilidade anualizada calculada.

E, agora, um disclaimer importante: uma análise de qualquer tipo de investimento jamais pode se deixar levar apenas pelo desempenho mais recente ou mesmo apenas por rentabilidades. Observar períodos mais longos é fundamental para analisar a persistência de eventuais boas performances. Da mesma forma, verificar o risco ao qual a estratégia do fundo se expõe permite avaliar se ele se adequa ou não ao seu perfil de investimento. Especialmente no segmento de FIIs, há diversas estratégias diferentes que se distinguem já através das diferentes naturezas possíveis para fundos imobiliários: de papel, de tijolos, de desenvolvimento, fundos híbridos e fundos de fundos imobiliários.

ANÁLISE DO MERCADO DE FIIS EM 2022

Apresento a seguir um panorama desse mercado ao longo deste ano. A rentabilidade média de todos os 298 FIIs analisados está em 1,3%, portanto bem abaixo do CDI (11,6%). Apresento também o 1º e o 3º quartis para concluirmos que 25% dos fundos imobiliários listados na bolsa perdem 5,6% ou mais neste ano. Por outro lado, um a cada quatro FIIs rendem 9,8% ou mais em 2022.

ANÁLISE 298 FUNDOS IMOBILIÁRIOS – 2022

IndicadorValor
Rentabilidade – 1º Quartil-5,6%
Rentabilidade – Média1,3%
Rentabilidade – 3º Quartil9,8%
Volatilidade – 1º Quartil13,0%
Volatilidade – Média25,4%
Volatilidade – 3º Quartil28,1%
Índice Sharpe – 1º Quartil-0,90
Índice Sharpe – Médio-0,51
Índice Sharpe – 3º Quartil-0,09
Liquidez – 1º Quartil77,8%
Liquidez – Média80,0%
Liquidez – 3º Quartil97,5%
Fonte: Carlos Heitor Campani

Podemos perceber que a volatilidade média de um fundo imobiliário é alta, cerca de 25% ao ano, maior inclusive do que a volatilidade atual do Ibovespa (21,17% também medida com dados diários e anualizada), principal índice de ações da B3. A maioria dos fundos imobiliários está com Sharpe negativo, pois estão rendendo abaixo do CDI. Se o seu FII está com Sharpe positivo, alegre-se! E se o Sharpe dele está acima de -0,09, isso significa dizer que ele está entre os 25% melhores do mercado.

Por fim, sempre gosto de lembrar a importância da liquidez. Aqui, a métrica utilizada é o percentual de dias nos quais houve negociação do papel do fundo. Podemos perceber que, de um modo geral, este mercado atingiu um bom nível de liquidez, mas fique sempre atento para essa questão na hora de investir em um fundo imobiliário, pois há alguns que são muito pouco negociados.

QUAIS OS MELHORES FIIS EM 2022?

Para esta análise, apliquei um filtro de liquidez correspondente aos fundos imobiliários que negociaram, pelo menos, em metade dos pregões ao longo do ano. Em consequência, trabalhei com 253 fundos, ainda assim, um número bastante expressivo. A tabela abaixo apresenta os 25 fundos imobiliários que mais vem entregando rentabilidade em 2022.

QUAIS OS MELHORES FIIS EM 2022?

#Fundo Imobiliário – TickerRentabilidadeVolatilidadeÍndice SharpeLiquidez
1KINEA II REAL ESTATE EQUITY FII – KNRE11116,9%229,2%0,4677,7%
2PANAMBY FII – PABY1187,6%166,7%0,4678,2%
3CIDADE JARDIM CONTINENTAL TOWER FII – CJCT1134,4%22,4%1,0256,7%
4THE ONE FII – ONEF1133,4%14,4%1,5193,7%
5FLORIPA SHOPPING FII – FLRP1132,3%38,2%0,5478,6%
6VALORA CRA FIAGRO FII – VGIA1132,1%25,4%0,8188,7%
7CAIXA TRX LOGÍSTICA RENDA FII – CXTL1131,6%53,0%0,3855,5%
8JPP CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – JPPA1131,2%9,8%1,9897,9%
9HOTEL MAXINVEST FII – HTMX1129,1%25,1%0,7098,3%
10RIZA AKIN FII – RZAK1128,0%14,0%1,1798,3%
11BM BRASCAN LAJES CORPORATIVAS FII – BMLC1127,9%24,3%0,6782,8%
12BB RENDA DE PAPÉIS IMOBILIÁRIOS FII – RNDP1126,7%76,3%0,2083,6%
13XP HOTÉIS FII – XPHT1123,1%23,6%0,4860,1%
14SHOPPING JARDIM SUL FII – JRDM1122,9%18,5%0,6192,9%
15KINEA CRÉDITO AGRO FIAGRO FII – KNCA1122,6%13,4%0,8289,9%
16OURINVEST JPP FII – OUJP1122,6%13,0%0,8598,3%
17SHOPPING WEST PLAZA FII – WPLZ1122,4%36,3%0,3088,7%
18XP CRÉDITO AGRÍCOLA FIAGRO FII – XPCA1122,4%17,6%0,6194,1%
19NEWPORT RENDA URBANA FII – NEWU1122,1%72,3%0,1587,0%
20FG/AGRO FIAGRO FII – FGAA1122,0%22,6%0,4687,0%
21PÁTRIA EDIFÍCIOS CORPORATIVOS FII – PATC1121,6%17,6%0,5789,5%
22RB CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – RRCI1121,4%10,0%0,9797,5%
23EUROPAR FII – EURO1120,3%31,2%0,2897,5%
24FOF INTEGRAL BREI FII – IBFF1118,3%13,7%0,4964,3%
25VALORA CRI CDI FII – VGIR1117,1%8,7%0,6393,3%
Fonte: Carlos Heitor Campani

Sabemos que rentabilidade traz consigo riscos diversos. Por esta razão, compartilho com vocês os 25 fundos imobiliários com maiores índices Sharpe até então neste ano. O índice Sharpe premia retornos acima da média, mas penaliza igualmente volatilidades altas. Por esse motivo, o FII JPP Capital sobe para a liderança do nosso ranking.

25 fundos imobiliários com maiores índices Sharpe até então

#Fundo Imobiliário – TickerRentabilidadeVolatilidadeÍndice SharpeLiquidez
1JPP CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – JPPA1131,2%9,8%1,9897,9%
2THE ONE FII – ONEF1133,4%14,4%1,5193,7%
3RIZA AKIN FII – RZAK1128,0%14,0%1,1798,3%
4CIDADE JARDIM CONTINENTAL TOWER FII – CJCT1134,4%22,4%1,0256,7%
5RB CAPITAL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – RRCI1121,4%10,0%0,9797,5%
6OURINVEST JPP FII – OUJP1122,6%13,0%0,8598,3%
7KINEA CRÉDITO AGRO FIAGRO FII – KNCA1122,6%13,4%0,8289,9%
8VALORA CRA FIAGRO FII – VGIA1132,1%25,4%0,8188,7%
9HOTEL MAXINVEST FII – HTMX1129,1%25,1%0,7098,3%
10BM BRASCAN LAJES CORPORATIVAS FII – BMLC1127,9%24,3%0,6782,8%
11VALORA CRI CDI FII – VGIR1117,1%8,7%0,6393,3%
12XP CRÉDITO AGRÍCOLA FIAGRO FII – XPCA1122,4%17,6%0,6194,1%
13SHOPPING JARDIM SUL FII – JRDM1122,9%18,5%0,6192,9%
14PÁTRIA EDIFÍCIOS CORPORATIVOS FII – PATC1121,6%17,6%0,5789,5%
15FLORIPA SHOPPING FII – FLRP1132,3%38,2%0,5478,6%
16FOF INTEGRAL BREI FII – IBFF1118,3%13,7%0,4964,3%
17XP HOTÉIS FII – XPHT1123,1%23,6%0,4860,1%
18MALLS BRASIL PLURAL FII – MALL1116,7%10,9%0,4698,3%
19KINEA II REAL ESTATE EQUITY FII – KNRE11116,9%229,2%0,4677,7%
20FG/AGRO FIAGRO FII – FGAA1122,0%22,6%0,4687,0%
21PANAMBY FII – PABY1187,6%166,7%0,4678,2%
22RIO BRAVO CRÉDITO IMOBILIÁRIO HIGH GRADE FII – RBHG1116,4%12,1%0,3997,1%
23NCH BRASIL RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS FII – NCHB1116,1%11,8%0,3899,2%
24CAIXA TRX LOGÍSTICA RENDA FII – CXTL1131,6%53,0%0,3855,5%
25SHOPPING WEST PLAZA FII – WPLZ1122,4%36,3%0,3088,7%
Fonte: Carlos Heitor Campani

Espero que tenham gostado. Quis dividir informações para ajudar a todos que investem ou pensam em investir no mercado de fundos imobiliários. Infelizmente, não tenho conhecimento de nenhum local que disponibilize uma visão desse mercado como um todo de forma gratuita tal qual esta apresentada.

É sempre muito importante também ressaltar que a lista acima não representa, de nenhuma forma, sugestão de investimento. Entendo que uma decisão de investimento precisa vir sempre acompanhada de uma análise bem mais completa e cuja decisão dependerá fundamentalmente do investidor.

Valor Investe, por Carlos Heitor Campani, consultor PhD em Finanças, Professor do Coppead/UFRJ,

Construtoras e incorporadoras respondem à demanda e ampliam práticas ESG

O estudo ESG na Prática, elaborado pelo CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) em parceria com a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), aponta forte crescimento da aplicação do conceito.

Segundo o levantamento com 27 empresas do setor, 71% delas já cumprem diversas ações de ESG (sigla em inglês para ações ambientais, sociais e de governança) e outras 29% estão em fase inicial de implementação.

A mobilização é uma resposta à pressão da sociedade por iniciativas que minimizem os impactos socioambientais de um setor que responde por 38% das emissões de CO2 relacionadas à energia e tem mão de obra com menos especialização.

“O ESG é um caminho sem volta”, diz Luiz França, presidente da Abrainc. “Há uma demanda crescente, consumidores mais jovens, entre 25 anos e 35 anos, que nasceram consumindo esses valores e abandonam as marcas que não os aplicam”, afirma.

Dos entrevistados que responderam ter algum tipo de conhecimento sobre essa agenda (94%), cerca de 64% levaram em consideração os critérios ambientais, sociais e de governança na escolha dos seus investimentos.

A não adesão aos investimentos ESG está relacionada, principalmente, com a falta de confiança e a dificuldade dos investidores em analisar e comparar as informações divulgadas.

Obstáculo que tende a diminuir a partir de 2023, quando a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) passará a exigir mais informações das companhias.

Para atender aos critérios da agenda ESG, as empresas precisam ter iniciativas para proteger os recursos naturais, reduzir a emissão de poluentes e impactar positivamente o meio ambiente.

“Uma das boas práticas é o aproveitamento de energia solar. Se conseguir instalar [painéis solares] nas áreas coletivas dos empreendimentos, há o barateamento [da energia] inclusive para quem vai morar”, afirma França.

Há também uma busca cada vez maior pela obtenção da certificação NBR ISO 14.000, que garante às empresas do setor a redução dos custos de produção, melhora da imagem pública e aumento na eficiência dos serviços.

As propostas sociais da agenda ESG incluem engajamento das empresas em relação às políticas de diversidade para o ambiente de trabalho e projetos para reduzir a desigualdade na sociedade, por exemplo. Pelo estudo, 81% das empresas no Brasil atuam para cumprir estes compromissos.

“O setor da construção civil é muito masculino. Por isso, nós aumentamos o número de mulheres nos canteiros de nossas obras”, afirma Angel Ibañez, diretor de ESG da Tegra, incorporadora premiada no Master Imobiliário 2022 por Melhores Práticas em ESG e Segurança do Trabalho.

A governança, letra G da sigla, pede transparência dos processos corporativos, como investimento em mecanismos para impedir casos de corrupção, discriminação e assédio.

França afirma que a adequação ao ESG “vem se tornando um ponto crucial na visão de investidores e dos principais players da incorporação”.

Ibañez relata crescimento na busca de certificações no segmento corporativo do mercado imobiliário nos últimos anos. Resultado de multinacionais demandando a aplicação dessa agenda na construção de seus escritórios no Brasil.

Folha de SP

Conselho do FGTS mantém redução de juros para Pró-Cotista e faixa 3 do Casa Verde e Amarela

O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aprovou, na última sexta (16), a prorrogação das reduções nas taxas de juros para a linha de crédito do Pró-Cotista e para a faixa 3 do programa Casa Verde e Amarela (para famílias com renda entre R$ 4.400 e R$ 8.000) até 30 de junho de 2023.

A medida reduziu em um ponto percentual a taxa para imóveis de até R$ 350 mil e em meio ponto percentual para imóveis com valor superior a R$ 350 mil.

  • Pró-Cotista: juros de 7,66% ao ano para imóveis até R$ 350 mil e de 8,16% ao ano para imóveis acima de R$ 350 mil
  • Grupo 3 do Casa Verde e Amarela: juros de 7,66% ao ano

O conselho também aprovou a ampliação em 5% no valor máximo de avaliação de imóveis que podem se enquadrar no Casa Verde e Amarela. A decisão exclui São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, que manterão os valores atuais.

Abelardo Diz, da Federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, foi o único conselheiro a votar contra as mudanças, alegando que não atingem os objetivos propostos.

O Casa Verde e Amarela, com recursos do FGTS, oferece descontos e taxas de acordo com a renda da família e da localização do imóvel.

O beneficiário tem até 35 anos para pagar, com taxas de juros e descontos de até R$ 47.500. Nos casos de financiamentos destinados a trabalhadores com no mínimo 3 anos de trabalho sob o regime do FGTS, a taxa de juros dos financiamentos será reduzida em 0,5 ponto percentual.

Renda familiar brutaTaxa de juros nominal
até R$ 2.400até 4,75% a.a.
de R$ 2.400,01 até R$ 3.000até 5,25% a.a.
de R$ 3.000,01 até R$ 3.700até 6% a.a.
de R$ 3.700,01 até R$ 4.400até 7% a.a.
de R$ 4.400,01 até R$ 8.000de 7,66% a.a

Folha de SP

Descubra as ruas mais caras do mundo

A Quinta Avenida, em Nova York, é a rua mais cara do mundo para alugar um imóvel em 2022, de acordo com estudo realizado pela Cushman & Wakefield, que analisou os principais distritos de varejo em 92 cidades ao redor do mundo. Locar uma propriedade comercial na avenida custa em torno de € 21.076 por metro quadrado ao ano. Isso equivale a aproximadamente € 1.756 por mês (algo em torno de R$ 9.700/m²). 

Em segundo lugar na lista, aparece a Tsim Sha Tsui, na China, onde o m² está avaliado em 15.134 euros por ano ou € 1.261 por mês (cerca de R$ 6.900/m²). Finalizando o top 3, desponta a badalada Via Montenapoleone, rua mais luxuosa de Milão e a mais cara de todo o continente europeu. Para alugar um imóvel comercial na avenida é preciso desembolsar € 14,547 por ano – um aumento de 9% desde a era pré-covid. 

Outra rua extremamente popular vem na quarta posição. A Avenue des Champs Elysées, em Paris, na França, tem o imóvel comercial avaliado em cerca de € 11,069 anuais. Para efeito de comparação, Rodeo Drive, a segunda rua mais cara dos Estados Unidos tem o aluguel anual custando em média € 9,484 ou € 790 mensais (em torno de R$ 4.300 por mês). 

10 ruas com o aluguel mais caro do mundo/ Fonte: Cushman & Wakefield

A rua brasileira mais bem colocada na lista é a Oscar Freire, localizada nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. De acordo com o mapeamento, o valor médio de um imóvel comercial desta avenida, a 18ª mais valorizada das Américas, está avaliado em € 633 /m² por ano ou € 52,75 por mês. Isso equivale a aproximadamente 291 reais por metro quadrado todos os meses. 

Logo atrás, aparece a rua Garcia D’ávila, em Ipanema, onde o aluguel custa em torno de € 632 por metro quadrado anualmente. O mapeamento da Cushman & Wakefield destaca que as vendas no varejo brasileiro vêm sendo retomadas em 2022 após um período de instabilidade durante a pandemia. Isso explicaria a valorização de 39% observada na Oscar Freire e de 9% na rua carioca. 

O Estado de SP< seção Estadão Imóveis