Varejo e construção são vedetes da Bolsa em 2019

Setores ligados direta ou indiretamente ao consumo das famílias, como o de construção civil e varejo, foram os destaques da Bolsa em 2019. Fatores como a redução da taxa de juros, aprovação da reforma da Previdência e a perspectiva de retomada da economia justificaram o bom humor do mercado. E a previsão é de continuidade do movimento em 2020.

Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, a maior vedete da Bolsa foi o segmento de varejo, por causa da queda da taxa de juros, da recuperação da economia e do consumo reprimido nos anos de baixo crescimento econômico. Ele cita ainda os segmentos de educação e saúde, com fusões e aquisições importantes, e o início de recuperação do setor de construção. Régis Chinchila, da Terra Investimentos, observa que grande parte das empresas de varejo e construção tiveram crescimento acima de dois dígitos na Bolsa.

Ricardo Peretti, estrategista de Pessoa Física da Santander Corretora, espera que a aceleração iniciada em 2019 no setor de construção ganhe força em 2020, com forte crescimento de lançamentos e das vendas para as principais construtoras de média e alta renda do País.

O profissional diz que o cenário de juros baixos e retomada dos níveis de emprego também garantiu um ano positivo para as varejistas. “As empresas sob nossa cobertura tiveram ganho médio de 35% no valor de mercado. Das 17 empresas que acompanhamos, nove superaram o desempenho do Ibovespa.

O ano de 2019 também foi positivo para o setor de alimentos, que registrou maiores volumes exportados para o continente asiático e melhores preços, avalia o analista Victor Martins, da Planner Corretora. O setor de energia elétrica, por sua vez, foi beneficiado pela melhora regulatória, mudança de controle de companhias e perspectivas de privatização.

No setor de alimentos, o analista Pedro Galdi da Mirae Asset explica que a peste suína na China gerou grande fluxo de exportação, levando a uma melhora substancial de resultados e no comportamento do preço das ações. No ano, destaca, Minerva acumula ganhos de 153%, seguida de perto por suas rivais JBS, com 129%; Marfrig (78%); e BRF (60%).

A equipe de análise da MyCap também cita o setor financeiro entre os que se destacaram em 2019. Para 2020, o setor, ao lado da construção, varejo e alimentos, tende a manter o viés positivo frente às expectativas de melhora na economia brasileira, sobretudo com as aprovações das reformas que ainda estão por vir.

Peretti, do Santander, segue com uma visão otimista para a Bolsa e projeta que o Ibovespa pode chegar a 135 mil ao final de 2020, tomando como base a esperada melhoria do PIB, o que deve impulsionar os resultados corporativos.

Para a próxima semana a MyCap fez duas alterações na carteira, com entrada de Banco do Brasil ON e Minerva ON. A Mirae incluiu CVC ON, Marfrig ON e Petrobras PN. A Ágora Investimentos montou a carteira com C&A ON, Cesp PNB, Helbor ON, Santos Brasil ON e Totvs ON.

Já a XP trocou Copel PNB por Eztec ON. Para a corretora, a empresa se beneficiará da atual recuperação no setor imobiliário em São Paulo nos próximos anos. Além disso, cita a solidez financeira e o bom histórico de execução da companhia.

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